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Desinformação é principal fator para famílias temerem vacinar crianças, diz pesquisa

 

Um estudo conduzido pelo Instituto Questão de Ciência (IQC) e pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) mostra o quanto a desinformação sobre vacinas — em especial as voltadas a prevenir a Covid-19 — exerce influência sobre o medo de famílias imunizarem crianças no Brasil.

Dados preliminares indicam que o receio de eventos adversos e a desconfiança de que os imunizantes sejam seguros se tornaram os fatores mais relevantes para a falta de vacinação de menores.

A pesquisa foi feita com cerca de mil pediatras em todo o Brasil, durante os meses de fevereiro e abril. Ao todo, 982 profissionais responderam a perguntas que tentam descobrir por que o Brasil regrediu na cobertura vacinal e a hesitação das famílias cresceu nos últimos anos, em especial após a pandemia do coronavírus.

De acordo com os profissionais de saúde, as redes sociais foram apontadas por 31% como principal fonte a influenciar as famílias a não quererem vacinar as crianças, seguido por outras mídias (20,7%) e internet (13,6%).

Os motivos mais apontados pelas famílias atendidas por esses profissionais são “receio de eventos adversos”, com 19,8%, e “não confiabilidade na segurança da vacina”, com 19,3%.

Outros fatores ligados ao cotidiano ou à logística, como esquecimento (18%) e falta de vacina no serviço público (17,6%) e preço da vacina em serviços privados (10,7%), têm menor influência no não cumprimento do esquema vacinal dos pacientes menores de 18 anos.

A pesquisa ainda indica que a vacina contra Covid-19 é, de longe, a que desperta maior preocupação, com mais de 81% de respostas afirmativas. Imunização contra influenza (6,7%) e febre amarela (6,1%) vêm em seguida, muito abaixo do índice relacionado à prevenção contra o coronavírus.

Os respondentes disseram ouvir das famílias preocupações como “vacina de RNA traz risco à saúde das crianças” (18,1%), medo de trombose e miocardites (16,6%) e “vacina de RNA não são seguras no longo prazo” (13,1%), além da alegação de que “crianças nem teriam Covid grave” (12,8%).

Para a presidente do Instituto Questão de Ciência, Natalia Pasternak, o estudo mostra que desinformação não é uma “mentira inocente” e que é preciso enfrentá-la com estratégias baseadas na ciência e no melhor conhecimento sobre o assunto.

O presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, Clóvis Francisco Constantino, diz que a entidade quer propor “novas estratégias de enfrentamento contra a desinformação e, consequentemente, a hesitação vacinal”.

Objetivos da pesquisa

  • Descobrir as dúvidas mais comuns das famílias durante as rotinas de atendimento pediátrico
  • Compreender a visão desses especialistas sobre a vacinação
  • Reforçar, junto à população e aos pediatras, a importância das vacinas para prevenir ou impedir o agravamento de doenças
  • Avaliar quais dificuldades os especialistas enfrentam no combate à desinformação sobre vacinas nos consultórios

A íntegra da pesquisa será divulgada ainda neste mês, segundo o Instituto Questão de Ciência (IQC).

 

//CNN Brasil