A preparação dos jovens para a próxima edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, COP28, que acontece em novembro nos Emirados Árabes, já está em fase avançada.
Segundo a ativista ambiental brasileira Paloma Costa, jovens se mobilizam em torno de conferências locais, passando para as regionais e culminando num evento internacional, focado em uma declaração “ambiciosa e representativa”.
Além das declarações
Paloma, que integrou o primeiro grupo de conselheiros juvenis sobre mudança climática do secretário-geral da ONU, afirma que é preciso ir além das declarações, que muitas vezes “não são respeitadas”.
Falando de uma conferência climática local no Chile, a ativista ressaltou o papel central dos jovens na proteção do planeta.
“A ações que a gente tem liderado localmente são verdadeiramente o motor de ação climática necessário para que a gente possa cumprir as metas do acordo de Paris, as necessidades e demandas que temos como comunidade global pra não chegar a esse aumento a mais de 1,5ºC”.
Materialização das promessas
Sobre as expectativas para as decisões que serão tomadas pelos líderes globais na COP28, ela destacou o cumprimento das promessas sobre financiamento.
“Eu acho que um resultado importante que a gente poderia ter lá é que esses acordos, essas promessas que foram feitas nas últimas COPs, como um fundo para a proteção das florestas. Eu, que sou uma jovem brasileira que tenho esse meio ambiente como é a floresta amazônica, é superinteressante escutar um compromisso como esse. Mas até agora eu não sei como esse fundo, esse financiamento chega para as populações locais, para as juventudes locais, que estão no front, segurando a floresta de pé.”
Paloma afirmou que espera que os compromissos financeiros sejam formalizados em mecanismos e estruturas “que alcancem as juventudes locais.”
Mais financiamento para as juventudes
Ela é responsável, junto com outros membros do grupo de conselheiros do secretário-geral, pelo lançamento do Fundo para Juventudes por Justiça Climática e comentou a importância da iniciativa.
“Lideramos um estudo de 2021 para 2022 cujos resultados foram alarmantes: Apenas 0,7% de todo o financiamento que vai para o clima vai para as juventudes. E desses 0,7%, cerca de 25% vão para jovens que estão baseados na América do Norte, nos Estados Unidos. Então eu no Brasil, meus companheiros na Ásia, aqui na América Latina, na África, a gente realmente faz verdadeiros milagres de mobilização, de trabalho de forma voluntária, enfrentando violências e desafios.”
Paloma também afirmou ter uma grande expectativa com a primeira COP a ser realizada na América Latina, a COP30, que acontecerá no Brasil em 2025. Segundo ela, será uma oportunidade de reforçar planos de longo prazo e demandas coletivas.
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