Os sintomas de pressão alta podem variar entre as pessoas. A doença é considerada silenciosa, uma vez que pode não apresentar sintomas ao longo dos anos.
Porém, ela aumenta os riscos de outras doenças cardiovasculares e renais, além de ser comumente associada a outros problemas crônicos e a eventos como morte súbita, acidente vascular cerebral, infarto, insuficiência cardíaca e doença arterial periférica.
Os dados também mostram que, nos últimos 30 anos, o número de pessoas hipertensas duplicou. Em 2019, o número de pessoas hipertensas no mundo alcançou quase 1,5 bilhão.
No início dos anos 1990, havia cerca de 650 milhões de indivíduos diagnosticados com essa condição médica.
O que é a pressão alta?
A hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta, é uma condição médica crônica caracterizada pelo aumento dos níveis de pressão sanguínea nas artérias.
Mas a partir de quanto a pressão é alta? Isso ocorre quando os valores da máxima e mínima atingem ou ultrapassam os 140/90 mmHg — mais conhecido como 14 por 9.
A pressão alta implica que o coração tenha que realizar um esforço maior do que o habitual para garantir uma distribuição adequada do sangue por todo o corpo.
Essa condição representa um dos principais fatores de risco associados ao desenvolvimento de complicações graves, como acidente vascular cerebral, ataque cardíaco, formação de aneurismas nas artérias, e problemas de insuficiência renal e cardíaca.
Principais causas da hipertensão
Segundo o Ministério da Saúde, em 90% dos casos, é hereditária, mas há outros fatores que influenciam os níveis da pressão no sangue.
Alimentos processados, gorduras saturadas e açúcar podem contribuir para a hipertensão.
“Um sério problema comportamental é o consumo excessivo do sal de cozinha. A população brasileira consome em média 12g de sal por dia”, diz o médico e cirurgião geral Leonardo Emilio.
O uso do tabaco pode também gerar o aumento da pressão arterial temporariamente e aumentar o risco de desenvolver hipertensão a longo prazo. Além disso, beber em excesso pode aumentar a pressão arterial.
Outras razões para a hipertensão podem ser quadros de excesso de peso, sedentarismo, estresse e envelhecimento.
Quais são os sintomas de pressão alta?
“Existe uma grande preocupação quando falamos de pressão alta porque as pessoas que têm podem não sentir absolutamente nada”, alerta o neurocirurgião Fernando Gomes.
“Se não fizer uma aferição contínua e ter o hábito de frequentar o médico, pode-se não fazer o diagnóstico e terá que lidar com complicações depois”, completa.
No entanto, para pessoas que sentem a hipertensão, há vários sintomas que podem ser vivenciados. Entenda a seguir.
- Dor no peito: pode ocorrer como resultado do aumento da pressão arterial, pois o coração está trabalhando mais intensamente para bombear o sangue contra resistência aumentada nas artérias. Essa dor pode ser confundida com a angina ou outros problemas cardíacos;
- Dor na nuca: pode ser um sintoma associado à hipertensão, principalmente quando há pressão arterial excessiva nas artérias que irrigam o cérebro;
- Dor de cabeça: a hipertensão pode causar dores de cabeça frequentes e intensas, muitas vezes localizadas na parte de trás da cabeça. Essas dores de cabeça são conhecidas como cefaleias tensionais;
- Fraqueza: a sensação de fraqueza pode ocorrer devido ao esforço adicional que o coração precisa fazer para bombear o sangue contra a resistência das artérias estreitadas;
- Tonturas: podem ser um sintoma de hipertensão, especialmente quando a pressão arterial está muito elevada e afeta o fluxo sanguíneo para o cérebro;
- Palpitações: a pessoa com hipertensão pode sentir palpitações cardíacas, pois o coração trabalha mais para compensar a resistência arterial elevada;
- Visão embaçada ou duplicada: a pressão arterial elevada pode afetar os vasos sanguíneos dos olhos, levando a problemas de visão, como embaçamento ou visão duplicada;
- Zumbido no ouvido: Zumbido no ouvido, conhecido como tinnitus, pode ser experimentado por pessoas com hipertensão devido ao impacto do aumento da pressão arterial nos vasos sanguíneos do ouvido;
- Enjoo: alguns indivíduos com sintomas de pressão alta podem sentir náuseas, que podem ser causadas pela má circulação sanguínea ou pelos efeitos da pressão arterial elevada sobre o sistema digestivo;
- Sangramento nasal: a pressão arterial muito alta pode levar ao enfraquecimento dos vasos sanguíneos nasais, resultando em sangramento nasal ocasional.
Quais são os fatores de risco para a pressão alta?
A pressão alta é uma condição crônica com múltiplos fatores de risco, como fatores genéticos e comportamentais.
Segundo o Ministério da Saúde, os principais fatores de risco para a hipertensão arterial são: alimentação inadequada baseada em alimentos ultraprocessados, o uso nocivo de álcool, tabagismo, sobrepeso e obesidade, além da inatividade física.
“Estima-se que um terço dos casos de hipertensão guarde alguma relação com a obesidade que, por diversos mecanismos, contribui para a ocorrência da doença, sendo considerado um dos seus principais fatores de risco, tanto em adultos como em crianças”, afirma Leonardo.
Quais são as consequências da pressão alta para o organismo?
A pressão alta e sustentada pode levar a um esforço maior do coração para que o sangue seja distribuído pelo corpo humano.
De forma crônica, ela exerce uma sobrecarga sobre o sistema cardiovascular e pode danificar órgãos vitais ao longo do tempo.
Esse é um dos principais fatores de risco para a ocorrência de doenças cardiovasculares, como acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio, aneurisma arterial e perda da função dos rins e insuficiência cardíaca.
Quando consultar o médico?
De acordo com as diretrizes básicas de saúde, é aconselhável que pessoas façam check-ups de rotina com um médico pelo menos uma vez por ano.
Durante essas consultas, seu médico medirá sua pressão arterial para verificar se está dentro dos limites saudáveis.
Já se você tem fatores de risco conhecidos para hipertensão, como histórico familiar da condição, obesidade, tabagismo ou consumo excessivo de álcool, pode ser necessário consultar um médico com mais frequência para monitorar sua pressão arterial.
No caso de experimentar sintomas de pressão alta, como dor no peito, dor de cabeça persistente, tonturas graves, visão embaçada, sangramento nasal frequente ou falta de ar, é importante buscar atendimento médico imediatamente.
Como controlar a pressão alta?
A pressão alta não tem cura, mas pode ser controlada a partir de tratamento com medicamentos e a adoção de hábitos saudáveis de alimentação e atividade física.
Além dos medicamentos disponíveis atualmente, que só devem ser adotados a partir da recomendação médica, o Ministério da Saúde recomenda o controle de peso, a redução do consumo de sal e de temperos industrializados.
Ainda sobre a alimentação, deve-se evitar o consumo de ultraprocessados, priorizando alimentos naturais e ampliando o consumo de frutas, verduras, legumes, produtos lácteos com baixo teor de gordura, cereais integrais, peixes, aves e oleaginosas.
Frutas como banana, laranja-pera, mexerica ou tangerina, mamão formosa, goiaba, abacate e melão contribuem para maior ingestão de potássio, que podem auxiliar no manejo da pressão arterial.
Dúvidas frequentes
Quanto devemos ingerir de sal por dia?
A quantidade recomendada de ingestão de sódio (sal) pode variar dependendo das diretrizes de saúde e da saúde individual de uma pessoa.
No entanto, em geral, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras organizações de saúde recomendam limitar a ingestão diária de sódio a menos de 2.000 miligramas (2 gramas) por dia, o que equivale a menos de 5 gramas de sal de cozinha.
Isso é aproximadamente uma colher de chá de sal.
A hipertensão é hereditária?
A hipertensão arterial pode ter uma predisposição genética, o que significa que a tendência a desenvolvê-la pode ser transmitida de geração em geração.
Ter parentes de primeiro grau, como pais ou irmãos, com hipertensão aumenta o risco de uma pessoa desenvolver a condição.
No entanto, a genética não é o único fator. Estilos de vida, como dieta, níveis de atividade física e tabagismo, também desempenham um papel significativo no desenvolvimento da hipertensão.
Portanto, mesmo que haja uma predisposição genética, é importante adotar um estilo de vida saudável para reduzir o risco e controlar a pressão arterial.
A hipertensão durante a gravidez é perigosa?
A hipertensão gestacional, que ocorre durante a gravidez, pode ser perigosa tanto para a mãe quanto para o feto. A pressão alta durante a gravidez pode levar à pré-eclâmpsia, uma condição grave que pode causar danos aos órgãos, como fígado e rins, e afetar o crescimento do feto.
É essencial que as mulheres grávidas façam exames regulares de pressão arterial e sigam as orientações médicas para monitorar e controlar a hipertensão gestacional.
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