Multilateralismo para avançar a pauta climática é um dos objetivos da sexta sessão da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Unea-6. O evento, que começou nesta segunda-feira na sede da ONU em Nairóbi, no Quênia, espera que os mais de 7 mil participantes possam dialogar para enfrentar os desafios ambientais.
A explicação é da estatística do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, para a África, Irene Mwoga, que também coordena o principal evento em assuntos relacionados ao meio ambiente e inclui todos os 193 Estados-membros da ONU. Ela falou à ONU News nesta segunda-feira, após as sessões de abertura.
Irene Mwoga adiciona que o tema do encontro, “Ações multilaterais eficazes, inclusivas e sustentáveis para combater as mudanças climáticas, a perda de biodiversidade e a poluição”, foca na participação efetiva e sustentável de todas as partes. Segundo a representante do Pnuma, isso significa que o encontro terá vozes de governos, grupos privados, instituições financeiras e sociedade civil.
Ela acrescentou que na reunião há várias resoluções submetidas para discussão e, uma vez que os rascunhos sejam finalizados com os países e instituições participantes, a implementação será o catalisador para a coordenação de políticas, estratégias e monitoramento de como o meio ambiente pode ser protegido em conjunto.
De acordo com o Pnuma, até dia 1º de março, os países devem considerar cerca de 19 resoluções sobre diversas questões do meio ambiente, desde o fim da desertificação até o combate à poluição do ar.
As decisões fazem parte de um esforço mais amplo da Unea para acelerar a campanha global contra a tripla crise planetária das mudanças climáticas, da perda da natureza e da biodiversidade, e da poluição e do desperdício.
A coordenadora do evento disse que os projetos foram divididos em frentes principais: proteção dos recursos terrestres e marinhos, regulamentação do uso de plásticos e químicos, melhoria da cooperação regional e com instituições que trabalham com os governos para melhorar e realizar vários projetos nos países participantes.
A coordenadora da Unea-6 disse que houve uma série de mensagens que foram emitidas na abertura e a maior delas foi que “o principal tema ambiental não é um tema que deva ser abordado por uma única entidade”.
Ele acrescentou que os pontos mais importantes passam por questões como saúde, água e finanças e sobre engajar as forças e vozes de pessoas de diferentes grupos com o objetivo de alcançar o objetivo de enfrentar os desafios ambientais.
O secretário de Gabinete para o Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Florestas da República do Quênia, Soipan Tuya, aponta que o evento acontece em meio ao chamado pela aceleração da Agenda 2030.
Ele afirma que para milhões de pessoas nas regiões em desenvolvimento do mundo, inclusive na África, a pobreza ainda é uma realidade diária, enquanto a desigualdade econômica está aumentando globalmente. Ele afirmou que “é sob esse contexto que o mundo olhará para nós em Nairóbi esta semana para renovar a esperança. E devemos dar esperança”.
Espera-se que uma série de diálogos sobre liderança e múltiplas partes interessadas, além de mais de 30 eventos oficiais paralelos e eventos associados, estabeleçam as bases para o fortalecimento dos futuros esforços coordenados globais e regionais das Nações Unidas, dos Estados- membros e dos parceiros para realizar ações planetárias de alto impacto.
A Unea-6 também destacará a importância da cooperação com os acordos ambientais multilaterais, que tratam das questões ambientais mais urgentes de interesse global ou regional.
Esta série de entendimentos são instrumentos essenciais da governança ambiental internacional e da lei ambiental internacional, com um dia inteiro dedicado ao fortalecimento da convergência de ações e ao compartilhamento de experiências.
FONTE: ONU