Indígena de Aracruz apresentará projeto inovador no maior evento de sustentabilidade do país
Nos dois primeiros meses deste ano, conforme o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a Amazônia teve 196 km² de floresta desmatada, extensão de terra maior que o território de Vitória (97 km²), Natal (167 km²) e Aracaju (182 km²). A destruição afeta diretamente os povos originários do Brasil, que estarão representados no maior evento de sustentabilidade e ESG do país.
Florestas de Comida
Indígenas Tupiniquim e Guarani de Aracruz vão participar da conferência Sustentabilidade Brasil que será realizada no Pavilhão de Carapina, de 24 a 28 de junho. Filha de indígena, a engenheira florestal Bárbara Tupinikim, vai ministrar a palestra “Restauração florestal: a solução dos povos indígenas para as mudanças climáticas”, na terça-feira (25), às 13h30.
Criada na aldeia Pau Brasil, em Aracruz, Bárbara vai falar sobre o projeto de agricultura regenerativa que desenvolve no local, o “Florestas de comida”, que une reflorestamento e diversificação de culturas alimentares para consumo do seu povo. A engenheira florestal, formada no campus da Ufes de Alegre, participa do Grupo de Trabalho da Articulação Nacional de Agrologia (ANA) e articula com outros indígenas o primeiro encontro de restauração ecológica indígena.
Aula-show de culinária indígena
O Sustentabilidade Brasil também vai abrir espaço para stands, nos cinco dias do evento, dos povos Tupiniquim e Guarani que vão expor sua cultura e artesanato. Representantes dos povos vão preparar, ainda, uma receita de peixe-vermelho na folha de pariri ao lado do embaixador da gastronomia capixaba, o chef Gilson Surrage.
Durante a aula-show de preparação do pescado, que será no primeiro dia do evento (24), indígenas vão se apresentar com danças e músicas típicas das suas culturas, representando os povos originários do Brasil. Recente pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que os indígenas Tupiniquim de Aracruz são descendentes diretos do povo que viu a chegada dos portugueses, no século XVI.
//Folha Vitória