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Dinossauro Predador mais Antigo é Encontrado no Sul do Brasil.

 

Pesquisadores brasileiros do Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica (CAPPA), da Universidade Federal de Santa Maria, no Rio grande do Sul, anunciaram neste domingo a descoberta do mais antigo dinossauro carnívoro. O fóssil foi descoberto em rochas sedimentares do Período Triássico Tardio, na cidade de São João do Polêsine, e sua idade foi estimada em aproximadamente 233 milhões de anos.

O fóssil do predador recebeu o nome de Gnathovorax cabreirai e pertencia à família dos dinos Herrerasaurídeos. Este grupo de importantes dinossauros predadores primitivos estaria enigmaticamente relacionado à origem dos primeiros dinossauros já encontrados no hemisfério sul. Anteriormente, os fósseis mais importantes de Herrerassaurídeos foram encontrados em rochas do Vale da Lua, no noroeste da Argentina e descritos no início dos anos 1990. Porém, o esqueleto fossilizado do herrerasauro brasileiro é o mais completo e mais bem preservado encontrado até hoje no mundo, e isto permitiu a realização de estudos mais abrangentes. A equipe da UFSM formada pelos paleontólogos Dr. Cristian Pacheco, Dr. Rodrigo Muller, Dr. Max Langer, Dr. Flávio Pretto, Dr. Leonardo Kerber publicou a descoberta na Revista científica PeerJ, e o artigo pode ser livremente acessado em PeerJ; 7:e7963 http://doi.org/10.7717/peerj.7963.

O dinossauro recém-descoberto recebeu nome genérico Gnathovorax cabreirai tendo por referência Gnathos – mandíbula, e vorax – como referência ao fato de que seus dentes curvos e serrilhados seriam apropriados à predação e à alimentação carnívora! Segundo o Dr. Cristian Pacheco, o nome específico “cabreirai” foi uma homenagem ao paleontólogo brasileiro Dr. Sergio Furtado Cabreira, que descobriu o fóssil enquanto acompanhava uma expedição de campo com os pesquisadores do CAPPA, em 2014.

De acordo com os pesquisadores, Gnathovorax teria um crânio de 35 cm de comprimento e todo o esqueleto mediria entre três metros de comprimento. Os pesquisadores referem que o esqueleto de Gnathovorax foi encontrado com outros restos fósseis de rincossauros e um pequeno crânio isolado de um cinodonte triássico, o que ajuda a estabelecer uma melhor compreensão da fauna na época.  De acordo com Cabreira, os fósseis foram carregados por uma enchente e depositados rapidamente, o que explica o fato de que o esqueleto do dinossauro estar quase completo. Autor da descoberta, Cabreira sugere que a descoberta de Gnathovorax coloca a paleontologia brasileira e a Região Central do Estado do Rio Grande do Sul como protagonistas internacionais nos estudos sobre a origem e nevolução dos primeiros dinossauros. Agora, o esqueleto bem preservado de Gnathovorax cabreirai encontra-se depositado nas modernas instalações do Centro de Apoio à Paleontologia, extensão da UFSM, e que está localizado em São João do Polêsine. Ou seja, o CAPPA, muito curiosamente, localiza-se à apenas 2 kms de distância do local onde o dinossauro descansou por mais de 230 milhões de anos.