Redação Abrolhos Fm

O mês de Novembro é conhecido pelo mês de conscientização da população negra do Brasil. Para que possamos começar a entender a relação que as culturas de raízes africanas têm sobre nosso povo, é necessário compreender que o Brasil é um país majoritariamente negro, onde 53% da população se declara Preta ou Parda, sendo pardo considerado Indígena. 

Embora os números apontem a maioridade dessa população muitos negros não se sentem representados pelo Estado brasileiro, as desigualdades relacionadas a raça são evidentes e aparecem em todos os setores da sociedade. A população negra, por exemplo, é a que mais sofre com violências como genocídio que hoje na faixa etária de 15 a 29 anos, é de 98,5 por 100 mil habitantes.

Nas universidades, a população negra novamente se vê em desvantagem, pois representa apenas 34% dos alunos matriculados e ativos nos cursos, mais um motivo que justifica as Cotas Raciais nas universidade, que servem para impulsionar jovens negros no ensino superior. 

Porém após a graduação, as dificuldades não diminuem, uma pesquisa do Instituto Ethos divulgada em setembro mostrou que em 500 empresas de maior faturamento do Brasil, os negros representam cerca de 58% dos aprendizes e dos trainees, mas estão presentes em somente 6,3% nos cargos de gerência. No quadro executivo, a proporção é ainda menor, apenas 4,7% são negros.

Toda essa desigualdade naturalmente reflete em como as famílias negras de periferia vivem, a grande maioria tem acesso a saúde básica apenas pelo Sistema Único de Saúde que não auxilia em especialidades para tratar problemas específicos, ou em casos simples como a saúde diária com alimentação, que novamente as famílias negras experienciam uma baixa qualidade na alimentação com alimentos ultraprocessados e industriais, que geralmente é mais barato. 

O Dia da Consciência Negra, não é um dia, é a construção de um consciente coletivo. Foram 300 anos vivendo em um sistema de escravização e continuamos colhendo as heranças desse período, por isso é necessário que essa luta seja diária. O Brasil é um país preto, além de indígena e somos brasileiros, somos a continuação dessa história. Reconhecer privilégios faz parte da luta e assumir uma postura anti racista é uma obrigação dos aqui vivem.