Sete baleias jubartes já foram encontradas encalhadas no litoral baiano este ano
Temporada de reprodução, período em que encalhes aumentam, começou em julho e vai até novembro.
Redação FM News
Sete baleias jubartes já foram encontradas encalhadas em praias do litoral do extremo sul baiano, este ano, segundo o Projeto Baleia Jubarte, que pesquisa e monitora os animais no Brasil. A temporada de reprodução delas começou em julho e vai até novembro. É um período em que os encalhes aumentam.
O Projeto Baleia Jubarte informou que monitora essas situações e, por estar com a equipe reduzida durante a pandemia de Covid-19, prioriza as ocorrências mais urgentes, de baleias vivas.
O Arquipélago dos Abrolhos, no extremo sul do estado, é berçário da espécie, que todo ano vem da Antártida para se produzir e ter os filhotes. Nesta temporada, os pesquisadores do projeto acreditam que cerca de 20 mil baleias jubarte estejam pelo litoral brasileiro.
Alguns destes animais acabam morrendo encalhados, como um caso que aconteceu em uma praia de Alcobaça, no dia 16 de julho. De janeiro até o último domingo (9), 30 encalhes foram registrados em todo o litoral brasileiro, seis a mais, comparando com o mesmo período de 2019.
“Há 25 anos que a gente vem monitorando os encalhes em toda a região. É importante monitorar para avaliar se tem alguma nova causa ou algo alarmante que chame atenção. Esse ano parece que vai ser um ano normal. Os filhotes começam a nascer agora em agosto, eles representam cerca de 50% dos encalhes, é aquela mortandade neonatal, são aqueles que nascem doentes ou se perdem da mãe”, contou Eduardo Camargo, coordenador geral do Projeto Baleia Jubarte.
Nesta temporada, os encalhes de filhotes somam quase 70%. Um filhote de baleia jubarte encontrado em uma praia de Porto Seguro, foi o único encalhado vivo no estado até o momento. Apesar do esforço para devolve-lo ao mar, o filhote voltou a encalhar e morreu. De acordo com o projeto, ele tinha nascido há poucos dias, mas já estava doente.
“Nós tivemos um número grande de filhotes, dos 30 encalhes, foram 20 filhotes até o momento. Essa proporção costuma oscilar de temporada em temporada. Por enquanto, a gente considera normal. As baleias são animais muito inteligentes, então uma baleia encalhar sem querer, porque ela errou, é muito difícil. Ela encalha quando está mais debilitada e não consegue mais resistir”, explicou Eduardo.
Este ano, o trabalho com encalhes tem sido mais difícil pros pesquisadores já que, com a pandemia, por questão de segurança, a equipe precisou ser reduzida em 50%. Nesse momento, os pesquisadores tem priorizado as ocorrências urgentes.
“Não estamos atendendo a todos, alguns casos, principalmente aqueles que já chegam em um estado de putrefação muito elevada a praia, a gente faz o contato com as prefeituras, dá uma orientação a distância e evita o contato da equipe. Então, a gente está dando preferência, é claro, a todos os animais vidas, que a gente tem esperança, que pode salvador”, completou o coordenador.
Temporada das baleias
Normalmente, as baleias jubarte começam a chegar no Brasil em julho. No entanto, esse ano, os registros começaram mais cedo. Segundo o Projeto Baleia Jubarte, desde o dia 30 de abril elas têm sido vistas em águas do país.
Os primeiro registros foram feitos em Ilhabela (SP), Rio de Janeiro e Espírito Santo. Vindas das regiões da Antártida, as jubartes procuram as águas mais calmas, quentes e rasas da costa brasileira para acasalar, parir e amamentar seus filhotes no inverno e primavera.
Para ajudar os animais encalhados, o Projeto Baleia Jubarte tem atuação com telefones de emergência, que também recebe ligação a cobrar.
Caravelas: (73) 3297-1340 (em horário comercial, de segunda a sexta-feira) e (73) 98802-1874 (WhatsApp 24h)
Praia do Forte: (71) 3676-1463 (em horário comercial, de segunda a sexta-feira) e (71) 981542131 (WhatsApp 24h)