Raphaella explica que o trabalho vai associar dois fatores importantes, que são o reaproveitamento de uma biomassa que seria descartada e a produção de um bioetanol que emite menos gases de efeito estufa, pois o mesmo é obtido a partir de uma matéria-prima alternativa à cana-de-açúcar. “Nosso maior desejo, meu e do meu grupo de pesquisa, é que haja a produção de um trabalho que beneficie a sociedade devido aos fatores de sustentabilidade”, disse, ao relembrar que a inspiração para desenvolver este projeto surgiu durante as pesquisas sobre a produção de bioetanol. “Fiquei curiosa sobre como funcionavam as etapas de produção desse biocombustível, e percebi que o mesmo pode ser produzido a partir de diferentes biomassas, então comecei a pesquisar sobre possíveis opções e percebi o grande potencial das bananas como matéria-prima para a produção do etanol. Esse potencial se deve tanto às altas taxas de açúcares na fruta, como às altas taxas de perda e desperdício da mesma”.
De acordo com a pesquisadora, o diferencial desse estudo é que ele apresenta não só vantagens ambientais, como também vantagens econômicas, visto que o projeto não necessita de custos com a aquisição da biomassa, uma vez que a mesma seria descartada. “Além disso, uma das nossas hipóteses é que o etanol obtido da banana apresente vantagens no rendimento quando comparado ao etanol da cana-de-açúcar. Os benefícios além de ambientais tornam-se também econômicos, pois esperamos que o “Bananol”, nome que batizamos o produto, apresente um melhor custo-benefício quando comparado a outras opções e, assim, possa ser utilizado amplamente pela população, que costuma evitar o produto devido ao alto custo comparado à gasolina”, destacou.
Em números, Raphaella almeja alcançar uma redução de aproximadamente 47,59% nas emissões de dióxido de carbono, o principal causador do aquecimento global, quando comparado ao etanol da cana-de-açúcar. Segundo ela, esta diminuição deve-se à falta do uso de cal e de fertilizantes, juntamente com a falta da queima do canavial e do palhiço – prática muito comum na produção da cana-de-açúcar. “Devido à pandemia, estamos em fase inicial. Até o momento foram realizadas atividades que não necessitavam da utilização do laboratório de química e de toda sua infraestrutura. Dessa forma, daremos andamento à metodologia planejada assim que possível”, finalizou a estudante.
Bahia Faz Ciência
A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) estrearam no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria e da Fundação. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail comunicacao.secti@secti.ba.gov.br