A tecnologia Blockchain, um dos principais assuntos quando o tema é futuro ou inovação, minimiza erros de transação e o risco de informações faltantes, quando comparada à funcionalidade dos bancos de dados, que necessita de interação humana. Entretanto, se engana quem pensa que os benefícios tecnológicos servem somente para o mercado financeiro ou de tecnologia da informação e comunicação (TIC). Um pesquisador baiano da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), Rogério Oliveira, resolveu avaliar o potencial da Blockchain na composição de um sistema de rastreabilidade de origem, com o objetivo de garantir a autenticidade dos dados do produto e avaliar se ele está de acordo com os padrões informados nas embalagens.
De acordo com Rogério, o Sistema de Rastreabilidade faz com que a informação do processo produtivo chegue ao consumidor para que ele seja capaz de identificar as características importantes do produto final. Já as certificações buscam evidenciar a aplicação de boas práticas de produção, do aspecto social até o ambiental. “Neste contexto, a blockchain seria aplicada para garantir a autenticidade dos dados do produto e do Certificado de Qualidade, o qual atesta que a amostra está em conformidade com os padrões da Unidade Certificadora, apresentados pelo sistema de rastreabilidade de origem”.
O pesquisador afirma que por ser um consumidor bastante atento aos detalhes dos produtos, ele sempre levou em consideração fatores relacionados à confiança do que se apresenta nas embalagens e a sua real origem, no que diz respeito aos processos de fabricação adotados. Além disso, ele afirma que até o momento de sua pesquisa não existiam, no Brasil, outros projetos utilizando a blockchain em sistemas de rastreabilidade.
“Queremos disponibilizar a nossa tecnologia para Indicações Geográficas utilizarem, sem precisar dispor de muito dinheiro para a implementação do projeto”, disse o pesquisador, ao explicar que Indicações Geográficas constituem um mecanismo de proteção intelectual que reconhece a origem de um produto quanto à sua localidade e reputação atribuída às suas características regionais, assim como os fatores naturais e humanos.
Para Rogério, aplicar esse tipo de tecnologia possibilita identificar, da origem até o destino, caso haja um problema em algum insumo, diminuindo o impacto gerado, além de minimizar as chances de contradição entre as características descritas e reais de um determinado produto.
“Na maioria das vezes, os centros compradores estão distantes dos centros produtores, por isso disponibilizar e popularizar um meio para checagem de referências de forma prática e com maior confiabilidade é tão relevante. Ao agregar valor aos produtos, fortalecendo os processos de produção, é possível atribuir um preço que faz jus a uma boa remuneração para os produtores e que também corresponde aos ideais de sustentabilidade”, finalizou.
Bahia Faz Ciência
A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) estrearam no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros.
As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da secretaria e da fundação. As recomendações de algum assunto que pode virar pauta do projeto podem ser feitas para o e-mail comunicacao.secti@secti.ba.gov.br.
Fonte: Ascom/Secti