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Brasil é 2º maior mercado do ‘Império do amor’, empresa que fatura US$ 1,1 bilhão com relacionamento online

Enquanto o Natal é a maior data para o comércio, o Dia dos Namorados é a data que mais leva pessoas a procurar sites e aplicativos de relacionamentos. Comemorada no Brasil nesta terça-feira (12), a ocasião não é só aguardada pelos pombinhos, mas é ansiosamente esperada pela Match Group, empresa apelidada de “Império do Amor” por faturar US$ 1,1 bilhão por ano unindo casais em seus quase 50 serviços de pegação. O motivo? Os brasileiros são o segundo maior público no mundo da empresa.

E se Tinder e Par Perfeito já são sucesso, a aposta da empresa passou a ser nos sites de nicho, como os voltados para pessoas acima de 50 anos, pais solteiros e evangélicos.

Solteiros à procura

“A adesão aumentou e acabou o estigma de que plataforma de relacionamento é coisa para perdedores, para gente que não consegue nada e vai tentar online”, afirma Marcos Moraes, presidente do Match Group para América Latina.

Um terço dos relacionamentos começa online, aponta uma pesquisa realizada pela empresa. Na hora de encontrar o par ideal, sites e apps superaram parentes, amigos e até a balada.

A eficiência das plataformas pode ser observada de outra forma: o mais antigo site da empresa, o ParPerfeito, ganha 5 milhões de novos usuários por ano; por outro lado, 2 mil pessoas deixam a plataforma todos os meses, argumentando que encontraram alguém.

Mesmo que o Brasil seja o segundo país em que a Match Group mais tenha usuários, a companhia considera que o país é um dos focos de seu crescimento. Isso porque a empresa estima que entre 50% e 60% dos solteiros do país estejam em suas plataformas. “Tem potencial até para dobrar”, diz Moraes.

Além do mais, quando o assunto é dinheiro gasto em sites e apps de relacionamento, o Brasil está longe do topo. A Match Group ganha dinheiro sobretudo com assinaturas aos seus serviços, como no caso do ParPerfeito, ou com a venda de ferramentas para turbinar o xaveco, caso do Tinder.

“No Brasil, a internet e qualquer coisa online é vista com gratuita. E as pessoas têm resistência em pagar. Mas isso está mudando”, diz Moraes, citando que adesões a serviços de streaming de música e de vídeo ajudam a disseminar a cultura de pagar por produtos online.

“A minha opção a um site de relacionamento é ir a uma balada, o que vai gastar com carro, com bebida e onde a pessoa vai gastar muito mais para talvez conhecer alguém legal”, comenta Moraes.

Para evangélicos

Se o carro-chefe da empresa ainda são Tinder e ParPerfeito, dois aplicativos que podem ser usados por qualquer, a empresa vem apostando em redes sociais voltadas a grupos específicos.

“Temos produtos gerais, mas há pessoas que valorizam certas características. O Divino Amor é para evangélicos, que são um grupo que dá muito valor à religião. Lá, você vai entrar em um produto em que os usuários já têm esse filtro. Depois vai ver se gosta de cachorro ou de viajar.”

Também há sites e apps voltado a homossexuais, como o Femme, para mulheres, e o G Encontros, para homens. Há também o serviço para pais solteiros mas já que tenham filhos, o SingleParentMeet.

Acima dos 50 anos

Nenhum deles, no entanto, cresce mais do que o OutTime, que reúne pessoas com idade acima dos 50 anos. Ele já responde por quase 20% dos usuários dos apps de nicho. Contrariando a ideia de que app ou site de pegação é coisa de jovem, o serviço ganha 60 mil apps por mês.

“Muita gente já teve família, um relacionamento, às vezes já está aposentado. Ou seja, está em um momento de vida diferente. Às vezes, as pessoas só querem um parceiro para viajar ou querem casar de novo.”

O executivo conta que sua equipe se surpreendeu com o serviço. Inicialmente, lançaram apenas uma versão para computadores, porque pensaram que o público estava mais habituado a desktops. Mas o que deslanchou mesmo foi a versão para smartphones Android.

Por: Helton Simões Gomes, G1