Cerveja falsificada: 600 mil garrafas podem ter sido adulteradas e R$ 2 milhões movimentados por grupo
A quadrilha responsável por adulterar garrafas de bebidas alcoólicas que eram revendidas para bares e distribuidoras de Vila Velha pode, segundo a polícia, ter comercializado mais de 600 mil cervejas falsificadas. A estimativa dos investigadores é que o grupo tenha movimentado cerca de R$ 2 milhões com a fraude.
Ao todo, 2 mil garrafas que já estavam adulteradas foram apreendidas, nesta segunda-feira (13), em um galpão no bairro Novo México, em Vila Velha. Outras 30 mil garrafas também teriam o mesmo destino, caso a equipe da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) não tivesse interrompido o esquema dos criminosos. Todo o material foi apreendido e oito pessoas acabaram presas.
Entenda como quadrilha adulterava cervejas
De acordo com a polícia, a quadrilha é do Tocantins e era liderada por duas pessoas do Rio de Janeiro. As investigações apontam que o grupo comprava uma cerveja em Londrina, no Paraná, por R$ 1,20, e trocava o rótulo e a tampa por de outra marca.
A cerveja com embalagem falsa era revendida por um preço até cinco vezes maior para bares e distribuidoras. A polícia acredita que a fraude já ocorria há cinco meses.
Após a operação, um dos homens presos durante a operação explicou para a polícia como a falsificação era feita.
O titular da Decon, delegado Eduardo Passamani, explica que além do grupo que cometia a fraude, os donos dos bares e distribuidoras que compravam a cerveja para revender também correm o risco de serem responsabilizados criminalmente.
“Agora está sendo objeto das investigações, a gente identifica as distribuidoras e bares que, por ventura, tenham adquirido este material”, disse.
Cerveja falsificada deixa prejuízos e riscos para a saúde
Além de pagar a mais por um produto inferior, há o risco de contaminação. O galpão onde eram armazenados os produtos adulterados e o processo manual de mudança da embalagem não tinha, segundo a polícia, controle sanitário.
O médico gastrocirurgião e nutrólogo, Paulo Mansur, explica os riscos que a falsificação oferece para a saúde dos consumidores.
“É extremamente comum que esta bebidas adulteradas tenham sido feitas com metanol. Isso é muito perigoso para a nossa saúde. Pode causar desde uma ressaca pior que o comum, alterações hepáticas e até a morte”, pontuou.
Comprei a cerveja adulterada: o que fazer?
O advogado que atua em casos de Defesa do Consumidor, Victor Marques, destaca que quem foi lesado deve procurar o estabelecimento onde adquiriu a bebida. Os bares e distribuidoras, de acordo com o especialista, têm a obrigação de reparar os possíveis danos.
“A pessoa deve buscar, em primeiro lugar, o estabelecimento para, caso ele ainda não tenha consumido a bebida, devolver e ter o dinheiro de volta. Caso já tenha consumido, a pessoa deve buscar os órgãos de defesa do consumidor, buscar o judiciário”, explicou.
// Folha Vitória