A Covid-19 matou mais que o triplo de crianças de 6 meses a 3 anos do que outras doenças em 2020 e 2021.

O estudo, realizado pelo Observatório de Saúde na Infância – Observa Infância (Fiocruz/Unifase) a partir do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), avaliou 14 doenças da Lista Brasileira de Mortes Evitáveis no período dos últimos dez anos.

Nos anos de 2020 e 2021, a Covid-19 matou 539 crianças nessa faixa etária. Outras doenças, como difteria, tétano e coqueluche, causaram a morte de 144, entre 2012 e 2021.

As crianças de 6 meses a três anos ainda não são contempladas pela vacinação contra a Covid-19.

No recorte da faixa etária, a mortalidade é ainda maior entre os mais novos. O estudo registrou 244 mortes de bebês de 6 a 11 meses nos dois primeiros anos de pandemia da Covid-19.

Para os menores de seis meses, a letalidade do coronavírus é maior ainda. Foram 761 óbitos em 2020 e 2021 para a faixa etária.

A lista considera doenças que podem ter desfecho fatal, mas que são passíveis de prevenção por meio da vacinação, da realização de pré-natal adequado e acesso a cuidados no parto e pós-nascimento.

São elas:  neurotuberculose, tuberculose miliar, tétano neonatal, tétano, difteria, coqueluche, poliomielite, sarampo, rubéola, hepatite B, caxumba, rubéola congênita, hepatite viral congênita e meningite meningocócica do tipo B.

Entre essas, a neurotuberculose foi responsável pela maioria das mortes nessa faixa etária. Foram 37 óbitos. Em seguida, a meningite B matou 29 e a coqueluche registrou 28. O estudo destaca que a poliomielite, erradicada desde 1994 no Brasil, não registrou nenhuma morte nos últimos dez anos.

// CNN Brasil