A cada dois segundos no mundo, uma pessoa com menos de 70 anos perde a vida para uma doença crônica. A maioria dos óbitos, ou 86%, ocorre em países de baixa e média rendas. E muitas dessas mortes poderiam ser evitadas.
Um novo relatório da Organização Mundial da Saúde, OMS, sublinha os efeitos de doenças cardíacas e condições como câncer, diabetes e problemas respiratórios. O total das vítimas fatais já supera o das doenças infecciosas como as “maiores causas de morte em todo o mundo”.
Prevenção
A publicação “Números invisíveis: a verdadeira extensão das doenças crônicas” foi lançada à margem da 77ª. Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque. O documento destaca que a maioria das mortes em economias de baixo e médio rendimentos poderia ser evitada ou postergada se houvesse mais acesso à prevenção, ao tratamento e aos cuidados.
As doenças crônicas representam atualmente um dos maiores desafios de saúde por ficarem “esquecidas e subfinanciadas”.
A OMS ressalta que “mesmo que as pessoas entendam, instintivamente, a importância deste tipo de enfermidades para indivíduos e famílias, a compreensão não se traduz em ação adequada, seja em nível nacional ou global.”
O relatório em parceria com a Bloomberg Philanthropies destaca que a falta de ação se deve, em parte, a uma falha em entender a dimensão causada na saúde, na igualdade e nas economias.
Hipertensão e câncer
As doenças cardiovasculares matam mais do que qualquer outra respondendo por um em cada três óbitos por ano ou quase 18 milhões de mortes.
Dois terços das pessoas com hipertensão vivem em economias de rendas média e baixa, mas quase metade convive com hipertensão sem saber que está na situação.
Cerca de uma em cada seis mortes é por câncer. Uma em cada 13 pessoas sofre de doenças respiratórias crônicas e uma em cada 28 vive com diabetes.
Risco
Fatores como tabagismo provocam mais de 8 milhões de mortes a cada ano, um número similar ao de pessoas com dieta pouco saudável.
Outras situações que aumentam a probabilidade de adoecer são o uso nocivo de álcool e sedentarismo.
Os fatores de risco e o nível de implementação de políticas de 194 países constam de um novo portal de dados globais lançado juntamente com o relatório.
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