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Plantando o Futuro: Atleta mucuriense faixa preta em jiu-jitsu conta sua história com o esporte e o trabalho missionário

O quadro Plantando o Futuro tem como principal objetivo contar histórias inspiradoras, enaltecendo iniciativas que semeie boas ideias e exemplos de vida. O retrato desta semana é de uma jovem mulher de apenas trinta anos, que vem construindo uma bela trajetória dentro do esporte.

Hilda de Deus de Oliveira, é mais uma filha das terras mucurienses, que cresceu na região brincando com os irmãos, familiares e amigos. A jovem conta desde cedo se interessou pelo esporte sendo um dos seus passatempos favoritos na infância, por esse motivo, pode experimentar modalidades como futebol, futsal, handebol, entre outros.

Aos 21 anos, Hilda conheceu a modalidade do jiu-jitsu em um projeto social chamado Instituto Sonhe!, que oferece atividades sociais para crianças e famílias em situação de vulnerabilidade, transformando toda tristeza e descaso social em arte, felicidade e oportunidade de uma vida melhor para as crianças, jovens, adultos e idosos que residem na região da Cracolândia em São Paulo.

“Tudo começou em São Paulo, quando viajei para conhecer em trabalho missionário com a minha igreja e lá descobri o instituto, o jiu-jitsu e a possibilidade de unir coisas que amo como esporte, crianças e o evangelho. Ali foi a porta de entrada para que eu pudesse dar aulas para crianças que passavam por situações difíceis e poderiam ter contato com outra perspectiva de vida” afirma Hilda.

Hilda começou a treinar há nove anos e alcançou a faixa preta, um dos patamares mais altos do esporte, onde já é considerada mestra e pode ensinar para outras pessoas, a faixa veio há três anos e desde então continua sua trajetória.

A atleta conta que o instituto Sonhe!, é fundamental para o seu caminho, pois foi ali onde ela pode aplicar ensinamentos que o evangelho trouxe para a sua vida ao longo dos anos, como, por exemplo, lidar com as crianças e poder ver mudanças ocorrendo em suas vidas.

“Dentro do instituto eu pude me especializar no esporte que eu amo, fui para competições, conheci pessoas de vários lugares do Brasil e do mundo, tive reconhecimento e pude acreditar em tudo que a gente fazia ali dentro”.

Na época em que Hilda trabalhou no projeto, a instituição já atendia cerca de mil crianças, que tinham acesso a diversas atividades como o jiu-jitsu, balé, musicalização, futebol, reforço escolar, entre outros. A mesma conta que antes de qualquer iniciação das crianças, os educadores tinham a responsabilidade de ir até as casas para conversar com pais e responsáveis, que era o momento onde eles apresentavam o propósito do instituto.

“A verdade é que uma das primeiras coisas que nós tínhamos como prioridade era justamente fazer o devocional, onde nós falávamos do amor de Deus, estudávamos a bíblia e com o passar o tempo o projeto começou a crescer e ter cada vez mais crianças e famílias envolvidas”. Afirma a atleta.

O crescimento aconteceu de forma tão especial que passou a atender também as famílias das crianças, as mulheres e suas necessidades específicas, além de poder oferecer atividades a enorme comunidade andina que habita o centro da cidade de São Paulo, os bolivianos.

A programa projeta uma relevância importantíssima não só para as crianças, mas também para os adultos, para a região que é contemplada e para a sociedade de modo geral, pois une filosofias básicas de bem viver como respeito, paciência, amor e comunhão.

“A relevância que eu enxergo é a importância do esporte na sociedade, pois traz disciplina, educação, comprometimento com a família, com o esporte em si e com a criança e isso não é um trabalho solitário, é um conjunto de motivações que fazem com que cada um leve ensinamentos profundos para a vida toda”, e completou sua fala

“Um dos pilares do projeto, que está evidenciado na vivência com as crianças, é justamente a ideia de que desistir não é uma opção; por isso, é ensinado que um simples respiro possa dar a possibilidade de continuar.”

Atualmente Hilda voltou para sua terra natal para ter novas experiências de vida, carregando consigo toda história que viveu e pronta para novos desafios.

Plantar o futuro é ter a possibilidade de semear boas ações em terra fértil, mesmo que somente as gerações futuras possam ver, mas se a semente foi boa, é certa a colheita boa também.

A equipe do Onda Verde agradece a disponibilidade da atleta Hilda de conversar e contar um pouco de sua trajetória até aqui.

 

//Reportagem Carolina Rosa
Redação Onda Verde