O alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Turk, disse que o direito à alimentação está sendo “amplamente ameaçado pela mudança climática”.
Na sessão do Conselho de Direitos Humanos, desta segunda-feira, Turk enfatizou que os eventos climáticos extremos, sejam repentinos ou graduais, estão “destruindo plantações, rebanhos, pescas e ecossistemas inteiros.”
Um planeta “irreconhecível”
Ele lembrou que mais de 828 milhões de pessoas passaram fome em 2021. E, agora, a crise climática pode colocar 80 milhões de pessoas a mais em risco de fome até a metade deste século.
Turk conta que, atualmente, os impactos são mais sentidos por pequenos agricultores e pessoas na África Subsaariana, na Ásia e na América Latina. Ele disse que com a aceleração do aquecimento esses impactos irão se espalhar e “nenhum país será poupado.”
O alto comissário fez um apelo para que as crianças não recebam “um futuro de fome e sofrimento”.
De acordo com ele, a geração atual dispõe das “ferramentas tecnológicas mais poderosas da história” para impedir o aquecimento do planeta em níveis que podem tornar a comida, a água e a vida humana “irreconhecíveis”.
Ponto de virada
O alto comissário pediu que a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, COP 28, seja o “ponto de virada que o mundo tanto precisa.” Ele também destacou o papel dos tribunais que atuam em litígios climáticos em fazer com que empresas e governos respondam por seus atos.
Em mensagem para outro evento, o secretário-geral da ONU, António Guterres, lembrou que a ciência afirma ainda ser possível limitar o aumento da temperatura global a 1,5C°.
Futuro mais seguro
No vídeo exibido na abertura da sessão do Comitê de Proteção do Ambiente Marinho, nesta segunda-feira, Guterres lembrou que a indústria naval é responsável por 3% das emissões globais de gases do efeito estufa.
Ele pediu que o encontro, em Londres, no Reino Unido, tenha como resultado a aprovação da Estratégia de Gases Poluentes, estabelecendo o compromisso do setor em zerar as emissões no máximo até 2050.
O líder da ONU acredita que o encontro do Comitê é uma chance não apenas de criar um futuro mais próspero para a indústria marítima, mas também “um futuro mais seguro para a humanidade.”
Regulação de produtos químicos
Também começa nesta segunda-feira, em Bangkok, na Tailândia, a reunião do Grupo de Trabalho das Partes Membras do Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio.
O acordo, assinado em setembro de 1987, e é um marco na cooperação multilateral, pois regula o consumo e a produção de quase 100 produtos químicos.
O Protocolo eliminou em até 99% a circulação dessas substâncias nocivas para a camada de ozônio.
O encontro na Tailândia avalia os resultados da implementação do acordo em 2022, reforça medidas de combate ao comércio ilegal dos produtos banidos e discute as necessidades de financiamento para ações a partir de 2024.
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