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Nem comida, nem água: bem mais escasso na caverna da Tailândia é oxigênio

 

Nem comida (os garotos receberam suplementos alimentares), nem água (presente em abundância no local), o bem mais precioso e cada vez mais escasso na caverna onde 13 pessoas estão presas na Tailândia é algo abundante aqui, do lado de fora: o oxigênio.

Foi precisamente o transporte de oxigênio que culminou na morte do ex-mergulhador tailandês nesta sexta-feira (6). Ele levou tanques de ar para os garotos, mas, na volta, ficou sem oxigênio para ele mesmo e sufocou-se.

O nível de oxigênio na caverna caiu para 15%, segundo as autoridades locais. O nível normal de oxigênio no ar é de 21%. A queda progressiva dos níveis de oxigênio pode causar hipoxemia, que é a insuficiência de oxigênio no sangue. O mal provoca confusão mental, alterações nos batimentos cardíacos e pode levar ao coma.

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Essa diminuição se deve ao grande número de pessoas trabalhando dentro da caverna para viabilizar o resgate, explicou Narongsak Osotthanakorn, governador da província de Chiang Rai. Autoridades agora trabalham para instalar um cabo de 5 km na caverna para suprir o grupo com oxigênio.

Os líderes tailandeses também informaram que não pretendem comunicar os meninos da morte do mergulhador, já que uma das principais preocupações é proteger não apenas a saúde física deles, mas também a mental.

Os garotos, que têm entre 11 e 16 anos, e o treinador de futebol deles entraram na rede de cavernas há 12 dias. Eles acabaram presos quando uma tempestade inundou grande parte do local e bloqueou a saída principal.

O grupo foi encontrado na noite de segunda-feira (12), em uma área de terra firme da caverna, a uma distância de 4km da entrada.

Os meninos estão recebendo suprimentos de comida e cuidados médicos, mas há apreensão com a previsão de chuvas fortes no domingo e com a redução progressiva de oxigênio.

“A princípio, pensamos que as crianças poderiam ficar por um bom tempo (na caverna). Mas agora as coisas mudaram e temos um tempo limitado”, disse Arpakorn Yookonhaew.

Atualmente, a central de comando local avalia duas possibilidades para resgatar o grupo: mergulhar pelas passagens inundadas da caverna (os 13 já estão recebendo instruções para práticas de mergulho) ou encontrar um buraco na caverna por onde eles possam ser removidos de helicóptero.

No momento, um mergulhador experiente leva cinco horas para fazer o percurso entre o grupo e a saída da caverna, e muitos trechos incluem passagens estreitas e sob a água.

“Nossa maior preocupação é a meteorologia. Estamos em uma corrida contra o tempo, e em uma corrida contra a água”, declarou mais cedo Narongsak Osotthakorn, governador de Chiang Rai, que gerencia a célula de crise. “Calculamos o tempo que nos resta em horas e em dia, no caso de a chuva voltar a invadir a caverna”, explicou Osotthakorn.

Outras hipóteses que foram consideradas seriam a de perfurar uma passagem pela parte superior da caverna ou aguardar até que as águas retrocedam ao final da estação de chuvas na região, o que poderá levar meses.

Em meios às dificuldades, a boa noticia é que as equipes conseguiram drenar quantidade suficiente de água para esvaziar uma das câmaras da caverna, localizada a cerca de 1,7 km do local onde os garotos estão ilhados.

Os socorristas estão bombeando a água para fora da caverna para baixar seu nível e retirar o grupo sem que as crianças tenham que mergulhar ou que o façam no menor trecho possível.

Com agências internacionais

Fonte: UOL