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Ministério da Saúde alerta risco da doença e intensifica combate à dengue em três cidades da Bahia

//G1 Bahia

O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (9) que irá intensificará o combate à dengue em oitenta municípios com situação crítica por causa da doença no Brasil. Somente na Bahia são três: SalvadorVitória da Conquista e Monte Santo.

Esta última cidade não teve vacinação contra a dengue em 2024, quando o esquema foi oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e está entre os 22 municípios baianos com epidemia. Vitória da Conquista aparece em alerta e Salvador apresenta formas graves da doença, detalhou a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab).

Nem a Bahia e nem os municípios tinham sido notificados pelo Ministério até a última atualização desta reportagem.

Conforme dados divulgados ao g1 pela Sesab, com base em números registrados até 7 de abril, 12.317 casos prováveis de dengue foram contabilizados no estado neste ano. Cinco pessoas morreram por causa da doença. Nenhuma delas nas cidades citadas pelo Ministério da Saúde.

Cidades onde aconteceram morte por dengue na Bahia em 2025:

  • Cansanção: 1 morte;
  • Ilhéus: 1 morte;
  • Maracás: 1 morte;
  • Mata de São João: 1 morte;
  • Sento Sé: 1 morte.

Combate à dengue em Monte Santo

Em nota enviada ao g1, a Prefeitura de Monte Santo detalhou que não teve vacinação contra a dengue em 2024 porque quando aconteceu a distribuição das doses do imunizante foi considerada a quantidade de doses disponíveis, “que não era grande”, e o número baixo de casos registrados na cidade no ano passado.

A gestão informou ainda que, em fevereiro, o município fez uma solicitação a Base Regional de Saúde em Serrinha para disponibilização da vacina, quando foi informado que não havia estoque para disponibilização.

Na época, ainda conforme posicionamento da Prefeitura, o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (COSEMS) realizou um movimento junto aos municípios que tinham vacina para verificar a possibilidade de disponibilização, mas não teve retorno.

A Prefeitura disse ainda que, desde o momento que foi percebido o aumento no número de casos de dengue em Monte Santo, “mesmo com o trabalho contínuo da equipe de Vigilância Epidemiológica e Endemias” foi adotado um plano de ação de combate à doença:

  • Criação de uma Comissão Municipal de mobilização, fiscalização e monitoramento das ações de Combate e Controle do Aedes aegypti com equipe multiprofissional e Inter setorial;
  • Ações de mobilização comunitária através de informações passadas em carro de som com informações para sensibilizar e conscientizar a população sobre cuidados com a limpeza de quintais, muros, terrenos, além de informações sobre a situação epidemiológica do Município, bem como sinais e sintomas da doença, sinais de agravamento e medidas de proteção;
  • Mutirões de limpeza em bairros de maior concentração dos casos, com limpeza de terrenos baldios, lixo a céu aberto e entulhos, além de entrega de panfletos, e circulação de carro de som com informações sobre a situação epidemiológica local e as estratégias de prevenção e controle das arboviroses;
  • Ações de monitoramento e controle vetorial com trabalho focal e perifocal, bloqueio costal, com prioridade as localidades com notificações de casos suspeitos;
  • Indicadores entomológicos atualizados como norteadores das ações de controle ambiental;
  • Integração da assistência à saúde e vigilância em saúde com envio diário de notificações para VIEP realizando assim o acompanhamento, monitoramento e avaliação da situação epidemiológica de forma contínua;
  • Organização das Equipes de Atenção Básica para a oferta de atendimentos de demanda espontânea e realização de ações de promoção e educação em saúde voltada para o combate e controle do Aedes;
  • Capacitação e atualização dos profissionais de saúde para diagnóstico e manejo clínico da Dengue e controle vetorial realizado pelos Técnicos da DIVEP (Dr. Antônio Bandeira);
  • Garantia de coleta diária e transporte em tempo oportuno das amostras ao Lacen para diagnóstico laboratorial, afim de garantir agilidade na resposta dos exames;
  • Garantia de assistência continuada em casos suspeitos e confirmada, bem como, transferências para outras unidades quando identificado agravamento;
  • Compra de testes NS1 para realização de testagem em casos suspeito com sinais de agravamento;
  • Reunião com o setor da educação durante a Jornada Pedagógica para intensificação das ações voltadas para o combate ao mosquito nas escolas orientando quanto à realização de atividades lúdicas para sensibilização e engajamento de crianças, adolescentes e jovens no combate à dengue.
  • Aplicação de UBV Pesada (Fumacê) no período de 14 a 28 de março com 5 aplicações em todos os quarteirões da cidade.

Segundo a gestão do município, a partir da 11ª semana epidemiológica Monte Santo passou a apresentar uma diminuição crescente do número de casos notificados e não foram registrados óbitos até o momento.

Enfrentamento intensificado

Em nota, o Ministério da Saúde informou que o objetivo da intensificação do enfrentamento é reduzir casos graves e óbitos. A pasta aponta os oitenta municípios citados nesta quarta-feira como iniciais, podendo estender a ação a outros depois. O investimento em todo o país será de R$ 300 milhões .

Conforme a pasta, são cidades com alta transmissão da doença ou número de casos em ascensão e com mais de 100 mil habitantes. Já no primeiro momento, a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) estará preparada para atender a essas cidades com até 150 centros de hidratação de até 100 leitos cada.

Esses espaços são destinados ao acolhimento e à hidratação – oral ou venosa – de pacientes com dengue, para evitar agravamentos e internações. Podem ser instalados em Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou Unidades de Pronto Atendimento (UPA), em espaços adaptáveis como auditórios, bibliotecas, refeitórios ou em estruturas temporárias como tendas, contêineres e galpões.

As 80 cidades prioritárias também vão receber apoio do Ministério da Saúde para elaborar estratégia de expansão da cobertura vacinal, com ações como busca ativa de não vacinados, monitoramento dos estoques e garantia do abastecimento. Além de Monte Santo, outras 15 cidades passarão a ofertar a vacina da dengue pela primeira vez:

  • Itaituba (PA);
  • Botucatu (SP);
  • Loanda (PR);
  • Conchas (SP);
  • Promissão (SP);
  • Querência do Norte (PR);
  • Mirandópolis (SP);
  • Cruzeiro do Sul (AC);
  • Curitiba (PR);
  • Espírito Santo do Pinhal (SP);
  • Rancharia (SP);
  • Lins (SP);
  • Redenção (PA);
  • Santa Cruz de Monte Castelo (PR);
  • Novo Progresso (PA).

Segundo o Ministério da Saúde, os Agentes Comunitários de Saúde receberão um novo guia com orientações para a busca ativa de pessoas com sintomas e que não se vacinaram, além de demais ações preventivas.

“Com as vacinas disponíveis hoje, sabemos que a dengue pode ser uma doença grave. Por isso, estamos lançando quatro diretrizes fundamentais para garantir assistência rápida, evitar agravamentos e, principalmente, óbitos”, afirmou a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Mariângela Simão.

“O que mais nos preocupa neste momento são os óbitos. Como médica, afirmo: todo óbito por dengue, em princípio, é evitável. Tivemos uma redução no número de mortes em comparação ao mesmo período de 2023 — foram 2.500 óbitos a menos no primeiro trimestre —, mas ainda assim já somamos 430 mortes confirmadas neste ano. Desses, 305 ocorreram em São Paulo, 34 no Paraná e 32 em Minas Gerais”, destacou Mariângela.

Outra ação para o controle do mosquito será a distribuição por parte do Ministério da Saúde de 1.260 equipamentos de UBV portáteis até o fim de abril para utilização em bloqueio de surtos, permitindo maior alcance no interior dos domicílios e superando barreiras físicas, como muros e paredes.