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Saúde

Por que os casos de caxumba continuam crescendo no Brasil, apesar da vacina?

A chegada do inverno e a queda na cobertura vacinal em todo o Brasilacendem um alerta: além do risco da volta de doenças já erradicadas no país, como sarampo e poliomielite – pacientes com caxumba também voltam a elevar a procura por atendimento em emergências de hospitais e postos de saúde.

O Ministério da Saúde não tem dados consolidados sobre a doença no Brasil, já que ela não é de notificação compulsória, ou seja, as unidades de saúde não são obrigadas a registrar quantos casos atendem.

O surto ocorre quando há dois ou mais casos de uma doença em um mesmo local, como escola, creche, empresa, entre outros. Em todos os Estados, a ocorrência da infecção foi registrada principalmente em adolescentes e jovens.

O inverno é uma das estações mais propícias a surtos da caxumba, que causa inchaço das glândulas salivares e atinge principalmente crianças e adolescentes. A outra é a primavera.

As vacinas contra a doença são a tríplice viral ( que imuniza contra sarampo, caxumba e rubéola) e a tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela), que estão no Calendário Nacional de Vacinação. Mas mesmo quem já tomou pode estar desprotegido contra a doença, de acordo com especialistas.

De acordo com especialistas, essa desproteção ocorre porque a vacina normalmente tem uma eficácia menor contra esta doença em comparação às outras doenças contra a qual é utilizada – e que tende a diminuir com o tempo.

“As duas doses da vacina tríplice viral protegem muito bem para o sarampo e muito bem para a rubéola, mas têm uma eficácia mais baixa para caxumba – cerca de 60% com uma dose só e 80% com duas doses. E essa eficácia se perde com os anos”, disse à BBC News Brasil a pediatra Isabela Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

“Isso não quer dizer que todos os vacinados terão caxumba, mas acontece.”

Por BBC News