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Inteligência Artificial pode contribuir para solução de problemas nacionais, afirma especialista em Ciência da Computação

 

O avanço tecnológico tem permitido, a cada dia, que os computadores simulem a mente humana. É o caso da inteligência artificial, que ajuda no crescimento e no desenvolvimento de muitas empresas. Mas como funciona essa ferramenta?

Vamos a um exemplo cotidiano: as buscas na internet. Quando você faz uma pesquisa de passagens aéreas, por exemplo, o computador automaticamente ‘percebe’ que você quer viajar para determinado destino, e então, nos próximos dias, todas as vezes que você navegar pela internet vão aparecer anúncios do que você pesquisou anteriormente.

O professor Alexandre Zaghetto, especialista em Ciência da Computação da Universidade de Brasília (UnB) explica que esse é um campo de estudo que permite aos próprios computadores observarem o comportamento da natureza, e assim reproduzi-lo. Mesmo que não seja com tanta precisão, quando se diz respeito à reprodução da mente humana. “Em certos aspectos, a inteligência humana supera, em muito, o que os computadores são capazes de fazer. Mas grande parte dos algoritmos que são propostos dentro desse campo da Inteligência Artificial são inspirados não só pelo modo como que a inteligência humana funciona, mas também da maneira como o cérebro se estrutura”, explica Zaghetto.

O professor Zaghetto reforça que as linhas de produção de empresas da indústria se tornaram muito mais efetivas com o aperfeiçoamento da Inteligência Artificial. A velocidade com que essa tecnologia se estabelece permite que outras ferramentas, em diferentes localizações, conversem entre si, possibilitando a troca de informações sobre compras e estoques, por exemplo.

“As tecnologias digitais têm o potencial de contribuir para a solução de grandes problemas nacionais. Então, se a gente pensar em atendimento à saúde, de eficiência energética e mobilidade urbana. Tudo isso pode ser melhorado. A prestação de serviço para a sociedade pode ser melhorada por meio de tecnologias digitais”, explica João Emílio Gonçalves, gerente executivo de Política Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O engenheiro de controle de automação Elias Neto trabalha em uma startup paulista que desenvolve sistemas de controle automáticos para a indústria. Eles criam experimentos de Machine Learning, que é um tipo de Inteligência Artificial que tem a capacidade de aprender procedimentos.

Um exemplo pode ser um ar condicionado, que possui um sensor de temperatura. Neto explica que ao programar o sensor, é possível, por meio da Inteligência Artificial, calcular erros, falhas, velocidade e assertividade da máquina.

Dessa forma, é desenvolvido um alarme que informa ao técnico de manutenção que a máquina está prestes a falhar. Além disso, o sistema dá coordenadas prévias para que o técnico impeça o problema. “Você cria vários experimentos de Machine Learning, você cria vários algoritmos, várias equações diferentes para ter certeza de que está sendo eficiente na sua indústria, e você vai verificar qual delas está acertando mais” explica o engenheiro, que defende a proposta para tornar empresas mais competitivas e melhor desenvolvidas.

Indústria 4.0

A Inteligência Artificial é um campo de estudo que faz parte da nova era tecnológica, chamada Indústria 4.0, que faz alusão a uma quarta revolução industrial. Ela se caracteriza pela integração e controle de produção de empresas, com base em sensores e equipamentos conectados em rede e na relação entre os mundos real e virtual.

O estudo Indústria 4.0 e Digitalização da Economia, que está inserido nas propostas que a CNI entregou para os presidenciáveis, neste ano, sugeriu que o avanço rápido da Indústria 4.0 é uma necessidade para a indústria brasileira. “A gente precisa tratar, obviamente, das questões sistêmicas do custo Brasil, mas precisa avançar também nessa direção. A gente fez um estudo que mostra que um conjunto grande de setores da indústria brasileira tem desafios de competitividade muito grande, quando comparados aos mesmos setores dos nossos principais competidores”, contextualiza, João Emílio Gonçalves.

Qualificação e preparo

Com a necessidade de preparar as empresas e inseri-las no contexto da Indústria 4.0, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), passou a oferecer consultorias por meio do programa Brasil Mais Produtivo (B+P). O programa já atendeu três mil empresas em todas as regiões do país.

Dados da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) mostram que as empresas que participaram do programa, em 2017, alcançaram aumento de 52% de produtividade nas linhas de produção. O objetivo, nesta nova etapa, é atender 600 empresas entre 2018 e 2019.

Por Sara Rodrigues