Os candidatos à presidência da República se reuniram pela penúltima vez para debater propostas de governo, na noite deste domingo (30), na Record. Os presidenciáveis, no entanto, focaram mais as atenções em críticas à Jair Bolsonaro e aos governos do PT.
Atacado durante o encontro, Fernando Haddad foi perguntado por Guilherme Boulos sobre a possível aliança com o atual governo. O candidato do PSOL afirmou que é preciso que o Partido dos Trabalhadores aprenda com o passado recente.
“A descrença gera antipolítica. E a antipolítica tem alimentado saídas autoritárias em todo o mundo. A nossa responsabilidade é com o presente, mas também com o futuro. Desse jeito, você (Haddad) pode até ganhar uma eleição, mas nem toda vitória eleitoral é uma vitória política. Nós temos que aprender com os erros do passado e mostrar que é possível fazer política de outro jeito”.
Haddad foi alvo também de Cabo Daciolo, do Patriotas. Personagem mais uma vez por suas frases e reações espontâneas, Daciolo afirmou que o petista ainda não tem a experiência necessária para assumir a presidência da República e chamou de “fracasso” a gestão do PT na prefeitura de São Paulo.
“Os senhores estão há treze anos no poder massacrando o povo. O que o partido do senhor investiu em infraestrutura? Mais de 14 milhões de desempregados. Quem é o senhor? Qual é a postura que o senhor tem para assumir a presidência da República? Quatro anos como prefeito, não fez nada para a prefeitura de São Paulo e quer vir presidente. Presidente de que? O senhor tem que aprender muito, tem que caminhar ainda muito”.
A candidata da Rede, Marina Silva, dedicou parte do seu tempo de discurso para atacar Jair Bolsonaro. A ex-ministra do Meio Ambiente foi questionada por Ciro Gomes sobre a declaração do militar a respeito de possível fraude no resultado das eleições. Marina afirmou que a declaração de Bolsonaro é um desrespeito a democracia.
“O Bolsonaro tem uma atitude autoritária, antidemocrática, desrespeito às mulheres, desrespeita os índios, desrespeita os negros. Para mim, essas palavras de Bolsonaro, além de desrespeito a democracia, o Bolsonaro fala muito grosso, mas ele amarela. São palavras de quem já está com medo da derrota do povo brasileiro que será dada a ele pela atitude autoritária”.
Já Álvaro Dias, do Podemos, criticou a polarização entre esquerda e direita nas eleições deste ano.
“É uma espécie de ignorante político aquele que admite se assustar com dois fantasmas: fantasma da extrema esquerda e o fantasma da extrema direita. E tentam influenciar a população a escolher ciclano contra beltrano para evitar fulano. Não se vota no melhor, a eleição é para premiar a honestidade, a competência, a experiência administrativa”.
O último debate entre os presidenciáveis será na próxima quinta-feira (4), na Rede Globo. O primeiro turno das eleições está marcado para 7 de outubro.
Reportagem, Thiago Marcolini
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