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Para analistas, próximo presidente eleito terá dificuldades no Congresso

 

Com novo Congresso Nacional definido, o novo presidente que será conhecido em 28 de outubro terá dificuldades para aprovar projetos entre deputados e senadores. A avaliação é do cientista político Valdir Pucci. O especialista ressalta que tanto Bolsonaro quanto Haddad terão uma oposição ativa, já que PT e PSL agora têm as maiores bancadas da Câmara Federal, com 56 e 52 parlamentares cada.

Segundo Pucci, a fragmentação entre direita e esquerda no Congresso deve permanecer a partir de 1° de janeiro de 2019.

“Vamos pegar o caso de Bolsonaro. Vamos lembrar que a maior bancada é a do PT, que seria naturalmente uma oposição ao governo Bolsonaro. Não é uma bancada que possa barrar os avanços da sua política, mas é uma bancada que pode causar dificuldades no avanço de política. E mesmo caso para Haddad. Com Haddad eleito, nós teríamos o PSL, segunda maior bancada, naturalmente uma oposição ao Haddad. Então, prevejo um Presidente que terá que conversar e negociar muito com o Congresso Nacional.”

A renovação política na Câmara e no Senado superou a média histórica das eleições nos últimos 20 anos. Para o cientista político da FGV, Eduardo Grin, a mudança poderia ser ainda maior caso não houvesse artifícios previstos na lei eleitoral, como o chamado voto de legenda.

“Ainda que o resultado da renovação tenha sido a cima da nossa média histórica, é possível que as regras que foram definidas tenham barrado a entrada de novos candidatos, sobretudo na Câmara dos Deputados, porque a legislação conseguiu conter um pouco esse processo. E isso faz nos indicar que a indignação da população com relação à política possa até ser maior do que aquela expressa na taxa de renovação”.

O MDB, um dos principais partidos do país, por exemplo, perdeu 19 cadeiras na Câmara, enquanto o PSDB tornou-se apenas a oitava bancada entre os deputados. No Senado, a renovação em 2019 também será recorde. Apenas 8 senadores se reelegeram. Nomes que já estavam há décadas na Casa, como Eunício Oliveira, Lindberg Farias, Ricardo Ferraço, Magno Malta e Romero Jucá, perdem o cargo e foro privilegiado a partir do ano que vem.

Com colaboração de Juliana Gonçalves, reportagem Tácido Rodrigues