Desde a campanha eleitoral, Jair Bolsonaro tem declarado a intenção de extraditar o ex-ativista italiano Cesare Battisti. Agora eleito, o militar reforçou nesta segunda-feira (5) a posição em encontro com o embaixador da Itália, Antonio Bernardini. Ao falar com jornalistas, o representante do governo italiano disse que “as ideias sobre a extradição não são distintas entre os dois representantes”.
Em setembro, ainda em campanha eleitoral, Bolsonaro postou nas redes sociais o que chamou de “compromisso em extraditar um terrorista condenado”. Além disso, escreveu que mostrará ao mundo o “total repúdio e empenho no combate ao terrorismo”.
Condenado à prisão perpétua na Itália pelo assassinato de quatro pessoas, Cesare Battisti integrava o partido Proletários Armados para o Comunismo, grupo de extrema esquerda. Passou 30 anos como fugitivo entre o México e a França, e em 2004 fugiu para o Brasil, onde permaneceu escondido até ser preso em 2007. Após pedido do governo italiano, o Superior Tribunal Federal (STF) autorizou a extradição em 2009, que dava a palavra final para o chefe de Estado. Contrariando as expectativas, no último dia de seu mandato, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou a extradição do ex-militante de esquerda. Desde então, Battisti reside no país sob a condição de refugiado político.
Reportagem, Igor Brandão