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Após duas votações e desistência de Renan, Davi Alcolumbre é eleito presidente do Senado

Depois de muita polêmica, dois dias de discussões, decisões judiciais, discursos inflamados e, até mesmo, votação anulada, o Senado Federal, enfim, escolheu seu novo presidente. Será Davi Alcolumbre (DEM-AP), que recebeu o endosso de 42 senadores, na noite deste sábado (2).

Mas a história não é tão simples de ser contada. A eleição tinha sido iniciada na sexta-feira (1), mas foi suspensa após uma série de confusões relacionadas à condução da sessão, comandada por Alcolumbre. Outro fator que também contribuiu para o adiamento, foi polêmica em torno da possibilidade de a eleição ser decidida por votação aberta ou fechada.

Na sexta, os senadores entenderam por 50 votos a 2 que a eleição deveria ser aberta. No entanto, na madrugada deste sábado, o ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, acatou um pedido do MDB e determinou que a votação fosse fechada.

Só aí, voltamos para a sessão realizada na tarde e noite deste sábado. Sob o comando do senador José Maranhão (MDB-PB), aliado de Renan Calheiros (MDB-AL), os trabalhos foram iniciados com a leitura da decisão de Toffolli, comunicando o Plenário de que a votação seria secreta.

Oito candidatos se apresentaram para a vaga: Regufffe (sem partido- DF), Angelo Coronel (PSD–BA), Major Olimpio (PSL–SP), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Esperidião Amin (PP-SC), Renan Calheiros (MDB-AL) e Simone Tebet (MDB-MS).

Porém, na reta final para a eleição, três candidatos decidiram se retirar da disputa para fortalecer a candidatura de Davi Alcolumbre e enfraquecer o nome de Renan Calheiros. Foram eles, Major Olímpio, Álvaro Dias e Simone Tebet. A articulação foi tramada com antecedência, na manhã deste sábado, no gabinete do senador Tasso Jeiressati (PSDB-CE).

Terminada a votação, outro impasse. Com 81 senadores, a eleição registrou 82 votos. Foram 80 cédulas em envelopes fechados e outras duas cédulas depositadas na urna sem envelope. O problema gerou a revolta de alguns parlamentes. Espiridião Amin (PP-SC) chegou a solicitar a presença de um juiz de direito para avaliar o caso.

“É um voto fraudulento indiscutível e não é um que produzam os dois está prejudicado estou prejudicado do voto obviamente eu invoco a presença aqui de uma juíza de direito para quem pessoal sob vigilância sob vigilância ela é evidente pessoal”.

Menos revoltados, outros parlamentares pediam apenas a anulação das duas cédulas depositadas sem envelope. Mas, o impasse foi resolvido com outra eleição.

Todos os 81 senadores voltaram as urnas. O problema é que 30 deles, já haviam declarado sua escolha no ato da votação anterior. Alguns parlamentares que não haviam tomado a mesma decisão se sentiram constrangidos, como foi o caso do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente da República, Jair Bolsonaro.

“Eu, como filho do presidente, do chefe de outro poder, havia tomado a iniciativa de não abrir o meu voto na primeira votação. Após esse fato lamentável, eu não tenho como, não tenho outra alternativa, a não ser abrir meu voto e deixar bem claro para todo o Brasil em que eu estou escolhendo para ser o presidente desta casa, Davi Alcolumbre”.

Na sequência da fala de Flávio Bolsonaro, Renan Calheiros pediu a palavra e anunciou que estava renunciando da própria candidatura. Renan, acusou o processo de não ser democrático, uma vez que além de Flávio, a bancada do PSDB, com oito parlamentares, anunciou que votaria em Alcolumbre, o que não havia ocorrido na primeira votação.

“Então para demonstrar que esse processo não é democrático, eu queria lhe dizer, que o Davi não é Davi. O Davi é o Golias. Ele é o novo presidente do senado e eu retiro a minha candidatura”.

Com a saída de Renan, o caminho ficou mais fácil para Alcolumbre, que já era o favorito da disputa. No fim, Davi Alcolumbre recebeu 42 votos, Esperidião Amin ficou 13, Reguffe com seis votos, Ângelo Coronel alcançou oito e o ex-presidente Fernando Collor obteve três votos.

Com a eleição de Alcolumbre, o Democratas, agora, comandará as duas casas do Congresso Nacional, uma vez que a Câmara é presidida por Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Casado e pai de dois filhos, o novo presidente do senado nasceu em Macapá (AP), em 19 de junho de 1977. A carreira política teve início em 2001, quando Alcolumbre se elegeu vereador na cidade natal. Dois anos depois, assumiu o cargo de deputado federal, função que ocupou até assumir uma cadeira no senado, em 2014. Ano passado disputou governo do Amapá, mas acabou ficando com o 3º lugar.

Reportagem, João Paulo Machado