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Em visita a Mucuri professora conta como é lecionar para americanos

 

“Formada em pedagogia no Brasil, professora conta os desafios da profissão”

 

Redação Abrolhos Fm/ Entrevista Beto Ramos/ Texto Carolina Rosa

 

A redação da rádio Abrolhos Fm entrevistou a professora de literatura Tânia Matushechelle que é brasileira, porém leciona no Colorado – EUA há 10 anos. A professora conta como é a experiência e desafio de lecionar uma matéria como literatura e cultura afro-brasileira num lugar onde as pessoas não tiveram a oportunidade de estarem inseridos na ampla cultura que se tem no Brasil. 

Nos Estados Unidos entre os alunos do Colorado não tem ao menos um aluno brasileiro, pois a região não possui  histórico de imigrantes daqui, as aulas são exclusivas para americanos e imigrantes de outros lugares do mundo. 

O repórter Beto Ramos à questiona quanto a importância da matéria literária e porque aqui no Brasil não se tem uma população leitora massiva, o que pode explicar esse fato? Tânia por sua vez, acredita que o brasileiro não possui amor pela leitura por não ser incentivado. 

“O Brasil tem escritores de várias vertentes reconhecidos mundialmente, e geralmente esse reconhecimento vem primeiro de órgãos e instituições estrangeiras e depois são reconhecidos nacionalmente. Isso é muito triste, pois a leitura e o incentivo a educação é a chave para um país próspero e em desenvolvimento. Uma nação que não investe com seriedade na educação, perde tempo e perspectiva”. 

A professora explica que as aulas lecionada nos Estados Unidos fazem parte de um programa da universidade, tanto para os alunos da instituição quanto para moradores da comunidade do entorno, e tem o objetivo de levar o olhar de outras culturas sem necessariamente estar em busca do diploma. São alunos de 18 à 24 anos e moradores mais velhos como pessoas aposentadas que frequentam as aulas. 

Tânia Matushechelle  além de professora é escritora e crítica de arte, como especialista escreve sobre os movimentos culturais e intelectuais envolvendo o Brasil e países europeus como Portugal por exemplo. Foram três livros publicados, tendo críticas literárias, artísticas e conteúdos de protesto.