A experiência desenvolvida pelo ganês DK Osseo-Asare, co-organizador da Agbogbloshie Makerspace Platform, iniciativa colaborativa baseada no depósito de lixo eletrônico em Agbogbloshie, perto da capital ganesa Accra, que é considerada o pior problema de poluição do mundo, iniciou o segundo dia de programação do I Fórum Internacional de Economia Azul. A palestra realizada ontem (15), no auditório do Senai Cimatec, em Salvador, antecedeu outra grande discussão entre especialistas, gestores públicos e participantes que foi sobre a economia azul inclusiva, com o intuito de desconstruir o modelo de que a preservação da natureza marinha impede o crescimento econômico sustentável.
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A superintendente de Inovação e Desenvolvimento Ambiental da Sema, Clarissa Amaral, destacou a preocupação do governo com a discussão da economia do mar inclusiva e destacou que a secretaria está formatando um programa englobando o meio ambiente e sustentabilidade, sobretudo na criação de emprego e renda, com a exploração dos recursos naturais. “Temos uma rica biodiversidade marinha, principalmente na Baía de Todos os Santos, e simplesmente descartamos isso, preferimos importar matérias primas de outros países. Uma das nossas grandes preocupações está com o registro de patentes para que a gente não perca os conhecimentos tradicionais e a riqueza produzidas em benefício das próprias comunidades costeiras.
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O projeto Tamar, que revolucionou a luta pela preservação das tartarugas-marinhas na região costeira do Brasil, foi uma das iniciativas positivas colocadas como exemplo em relacionar a economia azul com as comunidades, como explicou a coordenadora de educação ambiental e inclusão social do Tamar, Valéria Rocha. “Um dos desafios que tivemos na época foi reverter o quadro encontrado no ciclo de vida das tartaruga, quando o comportamento das comunidades estava diretamente ligada a matança descontrolada dos animais para o consumo. A pergunta era como fazer essa transformação em comunidades costeiras isoladas, sem nenhum tipo de apoio e expectativa de renda?”, destacou.
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“Então, esse tipo de proposta, sendo levado a sério pela acadêmia, poder público e pelo setor empresarial tem tudo para dar certo, em alinhar geração de renda, junto com a questão ambiental marinha”. Valéria destacou que economia azul realmente pode melhorar o desenvolvimento social, econômico e ambiental das comunidades costeiras. “Mas, desde que esse trabalho seja construído com transparência, inclusão das comunidades, e com processos socioeducativos e de informação bem definidos. A experiência que o projeto Tamar tem com sua atuação de 40 anos, com sucesso de resultados no aumento da população de tartarugas e prova disso”, finaliza Verônica.
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Realizado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), e Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), o I Fórum Internacional de Economia Azul conta ainda como parceiro o Air Centre, que é diretamente vinculado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal. Participaram também do debate sobre a economia do mar inclusiva, Lázaro Cunha, representando a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB); Alcides Caldas, da Universidade FEderal da Bahia (UFBA); e Ana Carolina Lobo, da World Wide Fund for Nature.