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Estudo alerta para apps infantis que coletam e compartilham dados

Milhares de aplicativos infantis do Android estão coletando e compartilhando dados de usuários com menos de 13 anos, segundo estudo divulgado por pesquisadores do International Computer Science Institute (Instituto Internacional de Ciência da Computação, em tradução livre).

Foram pesquisados 5.855 aplicativos da Play Store dos Estados Unidos, que faziam parte do programa Designed For Families, plataforma na qual desenvolvedores cadastram aplicativos para o público infantil. Ao participar do programa, é preciso adequar-se à lei de proteção à privacidade on-line infantil —regulamentação conhecida como Coppa (na sigla em inglês), que serve para determinar como aplicativos de smartphones, jogos e sites podem coletar e processar informações pessoais de crianças.

Segundo o estudo, 1.100 aplicativos (19%) compartilhavam dados sensíveis com terceiros, que proibiam o uso de seus serviços em jogos infantis.

Alguns dos aplicativos compartilhavam informações pessoais na internet sem aplicar medidas de segurança (40%). Entre os que se conectam com o Facebook, 92% dos aplicativos não utilizaram corretamente as configurações para proteger os dados dos menores de 13 anos.

Em menor escala, alguns aplicativos (5%) coletavam a localização do usuário e dados de contato (como o número de telefone e e-mail) sem a autorização dos pais. Outros 39% mostraram ignorância ou desrespeito em relação às obrigações contratuais destinadas a proteger a privacidade das crianças.

Ao todo, 73% dos aplicativos transmitem informações sensíveis pela internet, 28% têm acesso a dados protegidos pelo Android e 57% deles estão potencialmente violando a Coppa.

A pesquisa também disponibilizou um site para que pais e responsáveis saibam quais aplicativos infantis coletam e compartilham dados (clique aqui e confira). Ao acessar a página, é possível pesquisar o nome do jogo — um dos mais famosos, o Angry Birds, compartilha três tipos de dados. Um deles, o Android ID, é um identificador único do smartphone e pode ser utilizado para rastrear a pessoa em múltiplas plataformas e aplicativos.

O estudo também descobriu que todos os 5.855 aplicativos foram criados por 1.889 desenvolvedores. Mais de 60% dos aplicativos pesquisados eram das categorias jogos casuais, cerebrais e educacionais.

Compartilhamento de dados

Recentemente, o Facebook envolveu-se em um escândalo ao compartilhar os dados de seus usuários com a consultoria Cambridge Analytica, que participou da campanha de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos. Com as informações disponibilizadas, a consultoria conseguia direcionar publicidade para os eleitores.

Na última semana, o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, pediu desculpas aos usuários e respondeu a questionamentos sobre a proteção de dados dentro da rede social a parlamentares do Congresso dos Estados Unidos.

A rede social também anunciou mudanças para garantir a segurança dos dados de seus usuários e tentar recuperar a credibilidade.

Na última semana, a Uber anunciou que está avisando os usuários afetados pelo roubo de dados em 2016  — 196.000 brasileiros foram afetados. Na época, a empresa tentou encobertar o caso pagando 100.000 dólares ao hacker que teve acesso às informações.

 

Por: Redação /Veja