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Um projeto para diminuir o preconceito

Neste mês de dezembro, o mundo e o Brasil celebram os 30 anos do Dia Mundial de Luta Contra a Aids. São três décadas de avanços em medicamentos, tratamentos e pesquisas. Mas, na contramão dos avanços na medicina, a informação sobre a doença não caminhou no mesmo passo. Hoje, ainda restam muitas dúvidas e muito preconceito. A informação serve para isso: tentar diminuir o preconceito. O Rafael Sanches Lopes, ou Rafael Bolacha, como é conhecido, é a prova disso. Vivendo com o HIV há nove anos, ele tenta conscientizar a população com o Projeto Vida Positiva.

“Por uma necessidade pessoal, eu sempre gostei de escrever. E comecei a escrever um blog usando um pseudônimo. Eu só tinha que colocar os questionamentos pra fora. E, aí, nesse processo da escrita do blog, as pessoas começaram a achar esse blog na internet. Só que chegou a um momento que eu vi que eu estava ajudando outras pessoas, então eu decidi transformar o blog em livro. Eu comecei a dar palestras, e aí depois de um tempo, a gente estreou o espetáculo da Razão do Vermelho, porque era justamente isso, eu acho que o foco do projeto era entender que as pessoas precisam conversar, precisam entender o básico do assunto. Quando a gente fala só de números isso não atinge ninguém.”

Rafael é paulista de Ribeirão Preto, mas só descobriu o HIV quando foi ao Rio de Janeiro para fazer faculdade. Os dois estados registraram redução na taxa de mortalidade pela doença causada pelo vírus: 27% em São Paulo e quase 19% no estado carioca. Vale lembrar que nem todo mundo que tem HIV tem aids. Isso porque o vírus pode ser controlado com medicamentos sem ter que chegar ao estágio da aids. Esse é o caso do Rafael. A notícia do HIV veio em 2009, quando se acreditava que era preciso aguardar quando as células de defesa do organismo baixassem muito.

“Foi em 2009, 2010. Você só iniciava a medicação quando seu CD4 e CD8 caíam. Então, eu passei 2010 inteiro sem medicação nenhuma. E, inclusive, eu sou um dos voluntários da pesquisa que foi feita em vários países, uma pesquisa norte-americana chamada Start, que foi uma das pesquisas que comprovaram que era melhor iniciar o tratamento antes. E eu caí em um grupo que já iniciava a medicação.”

Nesses últimos nove anos de ativismo com o tema, Rafael Bolacha já passou por todos os meios artísticos e agora é referência até mesmo em aulas de português avançado na Columbia University, em Nova York. O artista foi convidado por um professor daquela instituição, que utiliza seu livro para dar aulas. O HIV não tem cura, mas tem tratamento e prevenção. Use camisinha, conheça as outras formas de prevenção combinada, disponíveis no SUS, e proteja-se. Trinta anos do Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Uma bandeira de histórias e conquistas. Saiba mais em aids.gov.br. Ministério da Saúde, Governo Federal.