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Nova denúncia do lixão a céu aberto em Mucuri expõe descaso com famílias e trabalhadores ; Assista ao vídeo

 

“Denúncias de descaso são cada vez mais frequentes com famílias que vivem expostas de diversas doenças.”

 

Redação Abrolhos

A equipe de jornalismo da Rádio Abrolhos recebeu um vídeo de um morador Mucuriense expondo o Lixão do município de Mucuri, para mostrar

como vivem as famílias que dali tiram o sustento. Localizado no Km 19 da BA 698 que dá acesso a Itabatã vivem cerca de 16 famílias que moram e vivem de resgatar materiais recicláveis e/ou vendáveis. 

Ao chegar no local, é inevitável não perceber uma série de violações de direitos básicos. Todo o tipo de lixo é despejado no local, além de resíduos orgânicos como alimentos e lixos caseiros, o lixão abriga também resíduos hospitalares que são altamente tóxicos e infectáveis, esses resíduos chegam lá diariamente sem qualquer identificação do tipo de lixo e os  trabalhadores vivem expostos a esse risco. 

Segundo relato do morador e trabalhador Fábio, as condições de vida ali são extremamente precárias, pois não há nenhum tipo de assistência ou ajuda direcionadas às famílias que residem no lixão da cidade. 

“A gente sempre espera que alguém venha aqui nos trazer alguma ajuda ou solução para as nossas necessidades, não pedimos nada além de acesso a saúde e escola para as nossas crianças, mas a verdade é que nunca ninguém vem aqui.” 

Ao ser questionado do que foi melhorado desde a última visita da rádio, o trabalhador descreve que nada mudou nesse período, e ainda denuncia situações que pioraram dificultando o trabalho dos mesmos. 

“Além de nada ter melhorado, posso dizer que até piorou pra gente, porque agora a estrada foi fechada e não conseguimos passar com a carreta por cima do lixo já colocado aqui. Dias atrás a prefeitura veio aqui com um caminhão para remanejar o excesso de resíduo, porém por falta de combustível nada fizeram e logo foram embora deixando tudo como já estava.”

Outra moradora que preferiu não se identificar, relatou como a falta de assistência médica tem trazido uma série de problemas para as pessoas que moram e trabalham no lixão. A senhora de 65 anos contraiu uma doença de pele que segundo diagnóstico médico não tem cura e a causa é justamente o contato com o lixo e animais que dividem espaço no local. 

“Meu cotovelo e meus braços coçam muito. Fui ao médico pensando que fosse uma micose, mas o médico me disse que é uma doença que não tem mais cura, então eu não sei mais o que fazer. Aqui no lixão tem todo tipo de bicho que transmite doenças, baratas, ratos, escorpiões, pombos e principalmente urubus .. mas o que a gente pode fazer? Era necessário que as autoridades viessem aqui nos trazer soluções.” 

Os moradores também afirmam que por conta do baixo valor arrecadado, mesmo com longas jornadas de trabalho, muitas famílias se vêem obrigadas a encontrar comida no lixo  por não terem condições de suprir todas as suas necessidades.

“Pode se dizer que vivemos aqui abaixo da linha da pobreza, em um município rico como Mucuri é vergonhoso saber que nada se faz para ajudar os que mais precisam.” relata Fábio trabalhador do local.