Inovação e bom ambiente de negócios são as chaves para retomada da indústria nacional
O Brasil vem sofrendo nas últimas décadas com um acelerado e preocupante processo de desindustrialização. Os números deixam claro: a indústria nacional, que em 1990 respondia por 38% do PIB brasileiro, viu sua participação cair para apenas 20% em 2021.
E os problemas decorrentes desse processo são visíveis e nocivos para toda a sociedade e a cadeia econômica. O mais impactante deles é a perda de milhares de vagas de empregos – que na indústria oferecem boa remuneração.
Os problemas já são velhos conhecidos e formam o que veio a ser chamado de Custo Brasil: um conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas, trabalhistas e econômicas que atrapalham o crescimento do país, influenciam negativamente o ambiente de negócios, encarecem os preços dos produtos nacionais, comprometem investimentos e contribuem para uma excessiva carga tributária.
Para se ter uma ideia, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) estima que o Custo Brasil retire das empresas instaladas por aqui cerca de R$ 1,5 trilhão por ano, o que equivale a 20,5% do PIB nacional.
Mas a boa notícia, apontada e defendida também pela CNI, é que as soluções para todos esses problemas estão aí, basta apenas empenho e força de vontade para realizá-las.
A começar pelas reformas estruturantes, como uma Reforma Tributária ampla, que envolva todas as esferas da Federação, urgente e essencial para simplificar o sistema de cobrança de impostos, hoje em dia um dos mais complexos – e por consequência, injustos – do mundo.
Além disso, é necessário que se faça também uma Reforma Administrativa, para tornar os gastos públicos mais eficientes, melhorar a prestação de serviços à população e contribuir para o equilíbrio fiscal do país.
A atração de investimentos privados também é essencial para a retomada. A implementação de novos marcos legais no setor de infraestrutura, em especial nas áreas de saneamento básico, gás natural e setor elétrico, são cruciais para modernizar e aumentar o alcance desses setores, com reflexo direto na competitividade da nossa economia e na qualidade de vida da população.
Um bom exemplo é a privatização de estatais, como a Eletrobras, e a concessão de serviços públicos, sobretudo na área de transportes, que poderão tornar o setor industrial mais forte e competitivo.
Mas, além de todas essas medidas, é urgente que o país encare o investimento em inovação como prioridade nacional, assegurando recursos estáveis para Pesquisa e Desenvolvimento e aprimorando instrumentos de apoio à empresas que atuem nessas áreas.
Isso só será possível com uma agenda externa que privilegie uma maior e melhor inserção do Brasil na economia global, promovendo abertura gradual e segura, por meio de bons acordos comerciais que tragam benefícios concretos ao nosso país.
É apenas com projetos e propostas que foquem em inovação e melhoria do ambiente de negócios que o país poderá reverter a atual tendência de desindustrialização.
Ter uma indústria forte e competitiva é vital para o crescimento e modernização do país.
// CNN Brasil