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Finados: entenda por que o ritual de despedida é importante para a saúde mental

 

Dia de Finados, comemorado sempre em 2 de novembro, é uma data criada para homenagear os mortos. Por se tratar de um feriado nacional, muitas famílias aproveitam a folga para ir aos cemitérios, visitar os túmulos de parentes e amigos que já se foram.

São inúmeros os rituais que reforçam a despedida na busca por amenizar a dor deixada pela saudade: levar flores e acender velas são alguns deles.

Mas será realmente que esses rituais são benéficos para o processo do luto? O Pós PhD em neurociências, Fabiano de Abreu Agrela, explica como eles afetam a forma que a nossa mente lida com a morte.

“Ver o corpo, acompanhar uma cremação, realizar um velório, levar flores e acender velas anualmente no dia de finados, tudo faz parte de ritos muito bem definidos para superar a dor da morte, o que ajuda a ‘digerir’ melhor a perda de um ente querido”.

Por um outro lado e apesar de serem importantes, o fato de não serem realizados não representa um luto sem fim.

“No entanto, apesar de serem importantes, sua ausência não representa um luto infinito já que a racionalização da perda é a melhor ferramenta para controlar os efeitos do sistema frontotemporal no cérebro, que coordenada a emoção”.

Entenda as fases do luto e o papel dos rituais de despedida

Tradicionalmente, o luto se apresenta por meio de fases bem definidas. Elas representam os estágios pelo qual um indivíduo passa para superar a perda de alguém. Veja quais são elas:

1 – Negação: quando a pessoa se isola na busca por não sentir dor negando a realidade;

2 – Raiva: culpa terceiros pelo fato, projeta suas tristezas e seus medos no ambiente externo;

3 – Barganha: tenta realizar negociações, procura meios de fazer as coisas voltarem à ‘normalidade’;

4 – Depressão: estágio de tristeza profunda, é quando o indivíduo realmente entende que a perda aconteceu e não tem como ser desfeita.

5 – Aceitação: preenche o vazio desencadeado pela ausência com outras atividades e entende a perda.

O Pós PhD em neurociências explica ainda que apesar dos ritos de despedida ajudarem de algum modo a guiar a pessoa pelas fases do luto, não é essencial para que ela ocorra.

“Podemos traçar um paralelo entre as fases do luto e os ritos de despedida, o que ajuda a entender como eles ajudam as pessoas a lidarem melhor com as perdas, no entanto, mesmo que eles não sejam realizados, o indivíduo pode utilizar outras ferramentas para trabalhar esses sentimentos”. 

O fato é que o mais importante em tudo isso é aprender a lidar com o turbilhão de sentimentos que surgem com o luto, conseguindo superar a tristeza e no fim, ser capaz de lembrar da pessoa que faleceu de maneira saudável.

 

//Folha Vitória