O Plantando o Futuro desta semana foi conhecer um pouco mais sobre o projeto Sítio Vitória, um sítio situado há 5km da sede do município de Mucuri, uma área experimental em que o casal Luana e Rafael Cavalcanti desenvolvem ações relacionadas a recuperação do solo e do ecossistema local através dos sistemas agroflorestais.

Luana é nutricionista com especialização em vigilância sanitária e Rafael agrônomo, os dois junto a família promovem cursos e formações dentro do território, onde recebem pessoas da região e do todo Brasil para ensinar sobre as variadas formas de tratar o solo, resgatando saberes tradicionais dos povos originários aliados aos conhecimentos técnicos e acadêmicos.

Segundo Luana explica, o sítio tem como um dos pilares, educar as pessoas a potencializar uma área pequena com alta produtividade compreendendo que a região já tem a característica de ter pequenos produtores que cultivam alimentos em suas casas e comercializam na feira municipal, logo é possível abranger a visão de cultivo.

“Aqui na região, por exemplo, é comum ver a monocultura da mandioca, que é um alimento muito rico e que as famílias fazem uma série de produtos originados desse ingrediente, mas que é possível ampliar a visão dentro do sistema agroflorestal e passar a cultivar uma gama maior de alimentos” afirma Luana.

Quando questionada sobre o modelo de agricultura que o projeto vem desenvolvendo e ensinando, a nutricionista trouxe a visão sobre como os sistemas agroflorestais podem ampliar a forma de lidar com a terra para os agricultores, tendo em vista que a partir desse conhecimento não é mais preciso restringir o cultivo a grupos alimentícios.

“Esse modelo amplia os horizontes, porque a pessoa não fica presa em gêneros alimentícios. Ela pode plantar arvores comestíveis, madeiras de lei, restaurar o ecossistema através do manejo correto, atraindo assim mais animais, variedades de insetos e causando assim um reequilíbrio da fauna.”

Para ter acesso a todo conhecimento oferecido pela família, é possível que um grupo de pessoas se organize para ter a vivência dentro do território, em o que eles chamam de “salas experimentais” onde poderão aprender sobre o manejo na prática, além de aprender sobre armazenamento, tratamento e cuidado com cada ingrediente produzido. As vivências e cursos duram em torno de três a quatro dias.

“O grupo que vem ter essa experiencia, aprende muito sobre os sistemas agroflorestais e podem desenvolver formas de aplicar isso dentro de seus próprios territórios, com uma visão mais técnica do plantio, pois algo que vemos com frequência são pessoas que plantam de maneira intuitiva, que não está errado, mas que pode ganhar muito aprendendo sobre um planejamento de cultivo e tendo a possibilidade de alcançar metas e ter êxito na jornada da agricultura”, explica a nutricionista.

A família tem um trabalho excelente de consultoria e deseja firmar um instituto para trazer cada vez mais ensinamentos e multiplicar saberes que possam viabilizar o melhor atendimento e aprendizado a população.

Luana também afirma que um dos principais objetivos da família é ter a oportunidade de formar jovens do município que residem na área rural ou até mesmo nas zonas urbanas, mas que tem terra ou interesse pelo assunto, para que possam aprender a utilizar e coexistir com a terra da melhor forma, plantando assim sementes que possam florescer no futuro.

“Esse projeto foi plantado há alguns anos atrás quando nós decidimos investir nesses conhecimentos, aprendendo com os mais velhos e capacitados, para hoje podermos ensinar as pessoas que nunca ouviram falar nisso e desejamos plantar mais sementes para colher no futuro, os sonhos são grandes, mas a gente entende que toda floresta veio de uma semente, então é possível alcançar o que almejamos sendo multiplicadores de conhecimentos férteis” afirma Luana Cavalcanti.

Para saber mais sobre o projeto desenvolvido pela família, é possível acessar a página do instagram @sitiovitoriaagroflorestal, local em que são divulgadas as ações, vivências e cursos ministrados pelo casal e toda sua equipe.

A equipe Onde Verde agradece a disponibilidade e acredita que iniciativas como essa são verdadeiras sementes que darão bons frutos.

//Reportagem Beto Ramos
Redação Onda Verde