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No Conselho de Segurança, Guterres pede diplomacia para resolução de conflitos

 

O Conselho de Segurança realizou uma sessão ministerial para debater o multilateralismo e a defesa dos princípios da Carta da ONU.

O encontro foi dirigido pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov. O país ocupa a presidência rotativa do Conselho este mês.

“Fazer melhor, chegar mais longe e trabalhar mais rápido” 

O secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou os perigos do enfraquecimento do multilateralismo. Após reforçar seu pedido pelo fim da onda de violência no Sudão, ele citou os avanços feitos com o trabalho conjunto de diversas nações.

O chefe das Nações Unidas elencou conquistas que vão desde a proteção da camada de ozônio até a erradicação da pólio. Para ele, é preciso “fazer melhor, chegar mais longe e trabalhar mais rápido”.

Guterres adiciona que o sistema multilateral está sofrendo a maior pressão do que em qualquer outro momento desde a criação das Nações Unidas.

Por isso, ele apresentou recomendações, começando pelos países reconhecendo suas obrigações perante a Carta da ONU, colocando direitos humanos e dignidade em primeiro lugar e priorizando a prevenção de conflitos e crises.

O secretário-geral citou o respeito pela soberania, integridade territorial e independência política de todos os Estados, além de não interferência, eliminação de todas as formas de discriminação e a solução pacífica de disputas.

Ferramentas diplomáticas

Ele também pediu aos Estados-membros para usarem “toda a gama de ferramentas diplomáticas que a Carta fornece para a resolução pacífica de conflitos”. Guterres afirma que isso inclui o apoio das Nações Unidas para resolver disputas e garantir a paz.

Segundo o secretário-geral, o multilateralismo eficaz deve “incluir o compromisso de enfrentar desafios novos e emergentes e preencher lacunas na governança global para cumprir a promessa da Carta no século XXI”.

Este é o ponto central em seu relatório Nossa Agenda Comum e na proposta de Nova Agenda para a Paz, que apresenta uma visão unificadora ancorada na confiança, universalidade e solidariedade.

Segundo Guterres, a Nossa Agenda Comum prevê um multilateralismo mais inclusivo, com espaço para as contribuições de todos os países e comunidades, e mais conectado, com vínculos entre as Nações Unidas, instituições financeiras internacionais, organizações regionais, blocos comerciais e outros.

Ele mencionou a reforma do Conselho de Segurança para refletir a realidade geopolítica de hoje.

Impedir novos conflitos e cooperação

Guterres destacou que a ONU foi criada para lidar com crise e, ao longo de sua história, foi capaz de superar conflitos “aparentemente intratáveis e profundas divisões”.

O secretário-geral defende mais cooperação e o fortalecimento de instituições multilaterais, para encontrar soluções comuns para desafios comuns.

Guterres encerrou sua participação na sessão reconhecendo que a competição entre os Estados é inevitável, mas isso não deve excluir a cooperação onde “interesses compartilhados e o bem maior estão em jogo”.

 

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