O quadro Fala Pescador da semana conversou com Benedito Pereira dos Santos, conhecido como Estronca, um apelido que ganhou por mexer com motor de barco, um dia fazendo a manutenção de sua bateira, houve uma explosão que colocou a vida do pescador em risco e a partir daquele momento ficou conhecido pelo apelido de “Estronca”.
Benedito tem cerca de 30 anos de pesca e se encontra aposentado atualmente. Segundo conta, além da pesca sempre exerceu outras profissões como pedreiro, carpinteiro e ajudante de obra, que foram suas primeiras profissões até chegar a pesca.
Diferente de outras famílias dos antigos pescadores do município. Estronca é um dos únicos de sua família que foi para pesca, aprendendo desde pequeno a carpintaria, aprendizado que trouxe de seu pai e mesmo assim, se interessando desde novo pela pesca.
Assim como todo pescador, seu Benedito conta que já viveu muitos apuros sozinho no mar, pois como ele mesmo explica, para ser pescador você tem que entender de tudo um pouco.
“Eu já vivi muita coisa na minha bateira sozinho no mar, porque quando você está indo para a pesca, é preciso ter uma noção de meteorologia, para não acabar pegando um vento sul desavisado, fora que as marés podem ser traiçoeiras, se o pescador não souber a hora certa de entrar e sair do mar e por aí vai. O “cabra” tem que saber de tudo um pouco, para não colocar a própria vida em risco e também para não perder o pescado, que é uma coisa que sempre acontece”.
Além disso, o pescador conta que as resenhas relacionadas ao mar e a pesca são inúmeras, desde sempre a profissão trouxe grandes amigos e risadas, pois não havia hora para chegar e muito menos para ir embora.
“Hoje em dia, eu digo que, já chega, pois criei meus meninos e pude comprar a minha casa, me sinto extremamente grato pela pesca e por tudo que ela pode me conceder, mas hoje eu quero ficar em terra firme e não tenho mais vontade, nem disposição para ficar dias no mar pescando”. Afirma Benedito.
As histórias relacionadas aos homens do mar são muitas, histórias diversas com relações profundas e particulares que cada um cultiva com a pesca.
É uma satisfação imensa poder captar essas histórias e reafirmar que os pescadores de Mucuri fazem parte de um legado imaterial e culturalmente muito rico para as histórias geracionais dessa terra.
//Reportagem Beto Ramos
Redação Onda Verde
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