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O início da Apicultura Mucuriense e os novos desafios

 

“No dia do Apicultor debatemos a importância da profissão para nossa região e os desafios”

 

Abrolhos Fm News / Reportagem Beto Ramos / Texto Carolina Rosa

 

Hoje dia 22 de maio comemora-se o Dia do Apicultor, profissão antiga e tradicional para a história do povo brasileiro que sempre cultivou e teve contato com esse alimento rico em nutrientes. Podendo afirmar que a qualidade principalmente em produções menores  como a que é extraída aqui em nossa região é alta.

Logo, nesta data importante a equipe de jornalismo da rádio Abrolhos Fm foi ao encontro  de um profissional para prestar homenagens e saber mais sobre a função, como os apicultores têm vivido, como está sendo feita as colheitas e quais são os desafios vividos na profissão. Entrevistamos Pedro Leite, que é apicultor há vinte e cinco anos, e começou logo que os primeiros investimentos foram feitos no município para que famílias pudessem realmente viver do ofício, tudo ainda de uma forma artesanal e em pequenas proporções, até que foi feito um programa com o governo federal.

Esse programa foi uma parceria com o Ministério da Integração Nacional e Sindicato Rural, feito na gestão do prefeito Milton Borges que ofereceu cursos de capacitação para a produção apícola formando mais de trezentos trabalhadores em Mucuri, equipou esses trabalhadores para que tivessem por onde começar e construiu junto a prefeitura o Entreposto do Mel que foi a solução sustentável encontrada na época gerando emprego e renda para centenas de famílias rurais. Logo após esse primeiro impulso houve um importante investimento de iniciativa privada que ajudou a cultura e de lá pra cá, muitas famílias e trabalhadores rurais engajaram na produção de mel e seus derivados na região.

Infelizmente de lá pra cá, não houve uma grande evolução nas ferramentas tecnológicas para fomentar a produção apícola, o que podemos acompanhar na verdade é o contrário, pois são as políticas públicas municipais que não valorizam o profissional modernizando esses postos de trabalho e produção e as políticas federais também atrapalham e muito a vida do apicultor. Neste último ano foi liberado que grandes marcas e empresas de alimentos usem ingredientes transgênicos sem identificar na embalagem para que os consumidores tenham ciência do que estão se alimentando, e essa medida impactou diretamente a vida desses trabalhadores porque automaticamente empresas deixaram de comprar para fazer “preparados de mel” para colocar em seus produtos.

Pedro Leite explica mais sobre essa situação:  “Nosso produto, é um produto silvestre e de excelente qualidade! Porém de dois anos pra cá nós enfrentamos alguns problemas, como o valor do mel que diminuiu consideravelmente trazendo desfalque na renda familiar dos produtores. E neste último ano as coisas pioraram ainda mais, pois nós não temos grandes compradores, as políticas públicas em relação à produtos transgênicos nos prejudicou, porque as pessoas que vão ao mercado comprar um iogurte com mel por exemplo, não estão comprando mel de verdade, estão comprando um preparado com mel e isso precisa ser dito”.

É necessário que neste momento olhemos para o trabalho feito por esses profissionais e para além disso, é de extrema importância que reflitamos sobre as políticas que favorecem grandes empresas colocando em risco a nossa saúde apenas para que dobrem seus lucros. Esse é só um dos problemas acarretados por aceitarmos em nosso país alimentos contaminados com agrotóxicos e transgênicos, pois além de tirarmos a renda de pequenos produtores que produzem tudo orgânico e benéfico a nossa saúde, nos permitimos nos alimentar com verdadeiros venenos embalados com rótulos de comida. É importante que o cidadão esteja atento!